Ainda há quem julgue as escolhas do que o outro bebe pelo preço da garrafa.
TIRANO-HIPSTERS
A jornalista e crítica gastronômica Alexandra Forbes voltou a escrever para a Folha de São Paulo em 2020 e, na arrancada, já disparou contra os chatos do mundo do vinho. Na coluna “Como beber vinhos na era dos ‘tirano-hipsters’ e não seguir a moda” ela fala da pressão dos especialistas para que você tome o vinho que eles querem, que nem sempre será o que você gosta, né? Uma boa reflexão sobre como as atitudes de pessoas que amam a bebida podem afastar novos consumidores.
Episódio: #48
DEGUSTAÇÃO DE SASSICAIA
Enquanto isso, ainda tem quem pague bem caro. E tudo bem. Na metade do ano passado, o convite para uma degustação do vinho italiano Sassicaia viralizou nas redes sociais. O motivo foi o preço salgado: R$ 30 mil por pessoa pela experiência de dois dias no Copacabana Palace. Segundo os organizadores do evento, foi a única vez no mundo em que se degustou 47 safras do famoso vinho toscano. O julgamento virtual gerou o debate: será que existe “wine shaming” reverso?
Episódio: #22
A SEGUNDA MAIS BARATA
Ninguém sabe como se popularizou a ideia de que a segunda garrafa mais barata é o melhor custo-benefício, porque, para a sommelier e escritora Courtney Schiessl, isso é um grande mito. Ela disse para o Eater que, se um vinho está na carta, significa que é uma recomendação do restaurante. Faz sentido, não? Ela lembra que existem uma infinidade de fatores que definem o preço final de um vinho, e que preço e qualidade nem sempre estão relacionados.
Episódio: #24
WINE SHAMING
A editora Jaya Saxena, do site Eater, também já escreveu sobre os “entendidos” do mundo do vinho. Ela diz que ninguém pode se intimidar pelo sommelier na hora de escolher a garrafa mais barata, se quiser. Para ela, existe a cultura do “wine shaming”, que é a atitude de diminuir alguém pelo seu gosto, mesmo que de maneira indireta. Entre os contrapontos, Jaya lembra que, no fim das contas, restaurantes são negócios, e é natural que os funcionários tentem fazer com que os clientes gastem mais dinheiro. A discussão é boa, e a conclusão da autora é que sair para jantar deve ser uma experiência confortável, por isso ninguém deve se preocupar em parecer “mão de vaca”. Ou seja, vá sem medo e pegue a garrafa mais barata, se quiser.
Episódio: #24
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Se você gosta de comer e beber bem, e de falar sobre isso, vai gostar também do nosso podcast. O Foodcast é um papo descontraído da equipe de Destemperados sobre gastronomia, dá o play aí!