É uma semana muito especial nas tão amadas páginas de receitas. Páginas feitas a várias mãos, repletas de memórias e histórias construídas ao redor da mesa. O nosso time compartilhou pratos afetivos em homenagem ao Dia dos Avós. Juntos, em um dia delicioso, reproduzimos os preparos no Studio Destemperados.
Cada um desses pratos conta um pouco de nós, à sua maneira, e traz consigo momentos inesquecíveis. Alguns têm mais tempo, outros estão começando a tradição, mas, em todos, vocês encontrarão um ingrediente em comum: o amor.
Nem todo mundo tem a bênção de ter os avós por perto, e nem todos têm avós que cozinham. O importante é estar junto ao redor da mesa e compartilhar momentos. Aqui, vocês terão a chance de conhecer um pouco mais do nosso time e também de ler um pouco das suas histórias.
Tenho certeza de que vão gostar!
Beijos, Lela
BOLINHO DE BATATA
Ingredientes:
- 6 batatas brancas
- Água para cozinhar as batatas
- Sal a gosto
- Farinha de trigo
- Carne moída cozida e temperada para o recheio
- Óleo para fritar
Modo de preparo:
- Leve as batatas para cozinhar em água temperada com sal a gosto até ficarem bem macias.
- Escorra a água, retire a casca e amasse as batatas para formar um purê.
- Aos poucos, acrescente a farinha de trigo. Vá misturando com a batata até dar o ponto de massa, que seja possível modelar com as mãos sem grudar.
- Abra a massa, disponha a carne moída dentro e enrole em formato de charuto. Você pode rechear com o que preferir: calabresa, frango, carne picadinha.
- Em uma panela, aqueça o óleo. Cuidado com a temperatura, não pode ser muito quente para não queimar os bolinhos.
- Leve para fritar até ficar dourado. Escorra a gordura e sirva.
É praticamente impossível dizer quando a minha vó começou a fazer os bolinhos de batata. Minha mãe conta que quando era criança já se deliciava com a receita. Por ser um prato que precisa de certos processos, só é feito em momentos em que a vó Lina quer agradar todo mundo. A briga na mesa do almoço ocorre para decidir quem come o mais douradinho. Lá em casa, comida é uma forma de demonstrar carinho. Pode ser em forma de panqueca, de carne com batata, de espetinho surpresa e, claro, de bolinho.
Anahís Vargas, coordenadora de conteúdo e neta da vó Lina
MAIONESE DE GALINHA
Ingredientes:
- 1kg de peito de frango sem osso e sem pele
- 1 cebola
- 1 batata cozida
- 4 ovos
- 1 colher (sopa) de mostarda
- Suco de 1/2 limão
- Óleo a gosto
- Picles a gosto
- Sal a gosto
Modo de preparo:
- Em uma panela de pressão, leve o peito de frango para cozinhar em água e acrescente a cebola cortada ao meio.
- Depois que a panela pegar pressão, deixe cozinhar por 20 minutos.
- Enquanto isso, cozinhe dois ovos por 12 minutos para deixar a gema dura.
- Descasque os ovos e separe as gemas das claras.
- Em um prato fundo, amasse apenas as gemas cozidas e acrescente as outras duas gemas dos ovos ainda crus. Misture bem.
- Aos poucos, vá acrescentando o óleo e, ao mesmo tempo, batendo a maionese com um garfo. Coloque o óleo até chegar na consistência desejada.
- Depois, adicione a mostarda, o suco de 1/2 limão e o sal. Misture bem.
- Passado o tempo de cozimento do frango, abra a panela e retire a cebola e a água. Tampe a panela novamente com apenas o frango dentro e chacoalhe com força para desfiar o frango por completo.
- Acrescente o frango à maionese, e junte o picles de pepino picado e a batata cozida em cubos. Misture bem e leve à geladeira.
Essa receita é um cartão de visitas de Caxias do Sul, quase como um ritual. Por isso, eu estou homenageando um prato da minha sogra, avó dos meus filhos, a Virginia Guerra. Essa é uma paixão que eu tenho, e também um dos motivos por ter me apaixonado pela minha esposa, Renata, e pela cidade dela. Hoje, é uma grande relação afetiva que meus filhos têm sempre que vão visitar o vô e a vó. Mas também lembro do pudim de laranja e da massa caseira que minha vó Maria fazia.
Diogo Carvalho, sócio do Destemperados, pai do Francisco e do Frederico e genro da Virginia Guerra
CUSCUZ
Ingredientes:
- 3 xícaras de farinha de milho média
- Sal a gosto
- Água para hidratar a farinha
Modo de preparo:
- Em uma tigela, adicione a farinha e o sal.
- Aos poucos, vá adicionando a água para hidratar a farinha até que, com as mãos, você faça uma massa compacta.
- Esfarele a massa com as mãos para obter uma farofinha.
- Na cuscuzeira, adicione a água até o nível indicado.
- Uma dica da vó Maria é forrar a grade da cuscuzeira com um filtro de café para que a farinha não caia na água, nem molhe o cuscuz.
- Assim que ferver, cozinhe por 10 minutos.
- Outra dica é colocar um pouquinho de manteiga em cima do cuscuz pronto para derreter.
Arroz com salsinha e cebolinha, feijão bem temperado, polenta com galinha e cuscuz com bife. Esse era o cardápio da vó Maria, minha bisavó. Decidi relembrar o gostinho do cuscuz. É uma receita rápida e prática, que pode ser apreciada como acompanhamento no almoço ou mergulhado no leite, no café da manhã. Com quase 88 anos e um probleminha de memória, minha vó já deixou de pilotar o fogão. A missão de perpetuar a tradição da comida caseira ficou por nossa conta. E eu quero, pelo menos, eternizar por aqui.
Milene Magnus, assistente de conteúdo, bisneta da vó Maria e neta das avós Cleusa e Dilce
CARNE DE PANELA
Ingredientes:
Para a carne de panela:
- 1kg de carne de gado (coxão, acém, patinho ou o corte que quiser)
- 1 cebola picada
- 1 dente de alho
- 1 berinjela sem casca e cortada em cubinhos
- 1 cenoura picada
- 1 lata de tomate pelado
- A mesma medida da lata de caldo de carne (se não quiser fazer o caldo, pode usar água)
- Salsinha e cebolinha verde a gosto
- Sal e pimenta-do-reino a gosto
Para o caldo de carne:
- Ossos ou aparas de carne
- Cenoura, salsão, cebola, alho-poró (ou qualquer legume que tenha na geladeira)
- Água enquanto baste
- Uma folha de louro
Modo de preparo:
- Comece pelo caldo de carne. Em uma panela, toste os ossos e as aparas de carne até ficarem dourados no fundo, mas sem queimar. Reserve.
- Refogue os legumes nessa mesma panela e volte os pedaços da carne e dos ossos.
- Cubra com água, adicione a folha de louro e cozinhe por, pelo menos, uma hora com a panela tampada.
- Com uma peneira, coe o líquido e descarte o resto. Reserve. Você pode congelar o caldo e usar no feijão, fica uma delícia.
- Corte a carne em pedaços médios. Aqueça um fio de azeite na panela de pressão e sele os pedaços de carne por igual. Reserve.
- Na mesma panela, ainda suja da carne, refogue o alho e a cebola e depois acrescente os legumes. Aproveite para misturar todos os sabores com os queimadinhos da carne, raspando com uma colher de pau.
- Adicione o tomate pelado e retorne com a carne já selada. Cubra com o caldo de carne.
- Tampe a panela de pressão e cozinhe em fogo alto até pegar pressão, depois, baixe o fogo e cozinhe por, pelo menos, 45 minutos.
- Abra a panela e, com a colher de pau, misture tudo. A carne já deve estar desfiando facilmente. Deixe cozinhar mais um pouco com a tampa aberta para o molho engrossar.
- Finalize com a salsinha e cebolinha picadas.
Por aqui, já falei da minha avó Clory e do seu pão caseiro, que eu tanto adorava. Também já falei da minha mãe e seu imbatível bife à milanesa, e das almôndegas de churrasco da Tia Nena. Neste ano, decidi fazer diferente: contar uma tradição que está bem no começo. Trago a carne de panela que faço para Maria, minha filha. Se vai replicar essa receita no futuro, eu não sei, mas coloco nesse preparo referências de muitas pessoas que encontrei pelo caminho. Quando colocamos intenção e amor, os ingredientes se encaixam perfeitamente
Lela Zaniol, sócia do Destemperados e mãe da Maria
AMBROSIA
Ingredientes:
- 6 ovos
- 1 litro de leite
- 2 xícaras de açúcar
- 1 xícara de água
- 1 laranja
- Cravo a gosto
- Canela em pau
Modo de preparo:
- Em um liquidificador, bata os ovos, o leite e o suco da laranja. Reserve.
- Em uma panela alta, leve uma xícara de açúcar para derreter até ficar dourado.
- Acrescente a outra xícara de açúcar e a água aos poucos. Deixe ferver até virar uma calda em ponto de fio.
- Adicione a mistura de leite e ovos na calda de açúcar, os cravos e a canela, e deixe cozinhar, em fogo médio, sem mexer, até que o creme comece a formar gruminhos.
- A partir desse momento, deixe cozinhar por aproximadamente 30 minutos, mexendo levemente em movimentos de vai e vem com a colher para não grudar no fundo e soltar os grumos.
- Deixe cozinhar por mais alguns minutos para a calda se formar completamente.
- Retire do fogo e reserve em um pote de vidro hermeticamente fechado.
- Sirva gelado.
Estar ao redor da mesa é uma tradição na minha família. Minhas avós, Luci e Ivone, sempre tiveram a comida como sinônimo de amor e cuidado, cada uma do seu jeitinho. Vó Luci é a melhor doceira que eu conheço, a responsável pelas tortas de aniversários. O bolinho de chuva é a minha maior comfort food. Mas, não existe ambrosia igual a dela. Por isso, foi a escolhida para compartilhar aqui. A vó Ivone faz a verdadeira comida de casa, só de lembrar sinto o cheiro do feijão novinho. Sempre saio de lá carregada de marmitas, afinal, ninguém pode ficar com fome.
Amanda Xavier, analista de conteúdo e neta das avós Luci e Ivone
BOLO DE AIPIM
Ingredientes:
- 4 ovos
- 2 xícaras de açúcar
- 2 xícaras de aipim ralado cru
- 1 garrafa de leite de coco
- 100g de coco sem açúcar
- 2 colheres (sopa) de óleo de coco
- 1 colher (sopa) de fermento químico
Modo de preparo:
- Bata as claras em neve e reserve.
- Em uma tigela, bata as gemas com o açúcar e o óleo de coco.
- Aos poucos, acrescente o leite de coco e o coco ralado. Misture bem.
- Depois, adicione o aipim ralado na parte fina do ralador e o fermento.
- Por último, misture aos poucos, as claras em neve.
- Em uma forma untada e com furo no meio, leve para assar em forno preaquecido a 180 graus por aproximadamente 40 minutos.
Não sei bem a história desse bolo. Só sei que é uma delícia! Minha sogra, e avó do João Miguel, meu filho, é uma cozinheira de mão cheia. Quando morou no Maranhão, além de ser professora, fazia tortas para as festas dos vizinhos e vendia na cidade. Esse bolo é o nosso favorito, uma unanimidade na família. Eu não consigo olhar para ele e não comer uma fatia. A Maria Ester, ou vovó Tetéu, é a rainha da hospitalidade. Adora receber bem, sempre com uma comidinha especial
Felipe Teixeira, planejamento comercial, pai do João Miguel e genro da Maria Ester