Noite de sábado e Copacabana está um fervo. Tentei três restaurantes e todos com fila. Até que lembrei de uma trattoria que acabou de abrir na Miguel Lemos. Entro na internet, descolo o telefone no Facebook e ufa! Tá tranquilo. Bora? Chegamos na portinha tímida com um letreiro discreto que dizia: Gastronomia Italiana – L´Ulivo Cucina e Vini.
Estava chovendo (foi mais difícil que eu imaginei tirar a foto acima) e eu estava bem contente de ter encontrado essa casa iluminada de amarelo com um ar simples e moderninho. Ao abrir a porta demos de cara com a Márcia, que havia atendido meu telefonema, e gentilmente ela nos conduziu para a nossa mesinha.
Já fomos pedindo um vinho rosé. Era um sábado chuvoso no Rio de Janeiro e álcool era necessário para lidar com o clima. O escolhido foi o Pieno Sud Rosato Puglia, seleção do papai, aprovada pela galera que não entendia nada de vinho na mesa.
Lendo o cardápio fiquei intrigada com o Vitello Tonnato que é um carpaccio de vitelo ao molho de atum e alcaparra. Não é todo dia que se mistura terra e mar em uma entrada.
Achei levinho tanto o molho de atum quanto o conjunto da obra. Mas o que ganhou destaque na seleção de entradas foi a bruschetta que a Márcia sugeriu para acompanhar: bruschetta Modena de presunto de parma, figos, queijo mascarpone e redução de balsâmico.
Vou usar uma gíria antiga para descrever: é de dar tapa no joelho! Nem sou fã de figo, mas essa combinação aí está de parabéns! Na hora de pedir os pratos principais começou o sufoco. Eu sou contra repetir prato na mesa. Sou do partido que todo mundo pode comer do prato de todo mundo e sempre tento convencer os coleguinhas. Mas, como estava tarde, todo mundo queria pedir o linguine com i gamberi e pesto di basilico. Um linguine levinho com camarões, pesto de manjericão e tomatinhos.
Não é todo mundo que sabe fazer pesto nesse mundo. Quanto mais um pesto levinho que não interfere na delicadeza do camarão e dos tomatinhos. Harmonia pura para a galera light da mesa. Já eu li o cardápio umas 200 vezes e não conseguia decidir. Era muito clássico concentrado. Olho para o lado em busca de inspiração.
Recorro a Márcia. Conversa vai, conversa vem e descobrimos que os donos (Luigi e Renato) eram italianos legítimos de Roma, mas que o Chef Renato Lalenti foi criado na região da Úmbria e que alguns pratos do cardápio tinham influências de lá. Luta dura para não repetir o segundo prato, mas, Márcia sugeriu que a gente pedisse duas massas que vieram divididas para gente. Opa! Desce um Chitarrini ala Puttanesca.
Massa artesanal com molho de tomate, azeitonas, alcaparras e anchova. Pasmem! Não era pesada. Molho de tomate de verdade, linda de se ver e comer. Do ladinho, temos o Fettuccine ala Norcina.
Massa artesanal com linguiça toscana, cogumelos, ervilhas e queijo pecorino. Pela sutileza e delicadeza ganhou na disputa para mim. Fiquei muito feliz, pois esses pratos fugiram bastante do meu impulso natural de escolha e foram ótimas pedidas. Fomos bem servidos, mas né, uma sobremesa tem que rolar. Pedimos uma indicação do Luigi que deu uma passada na mesa para perguntar se estava tudo bem.
Veio o Tiramisu Super que mais uma vez surpreendeu pela leveza. Bem diferente daquele creme pesadão. Ele é sutil e a gente comeu de colherzinha. Uma graça. Quando eu percebi, no fim da noite, estávamos conversando com a Márcia, Renato e Luigi enquanto tomávamos grappa!
Amei a noite. Achei incrível abrir uma trattoria em Copabana que busca fazer uma boa massa com produtos de qualidade e um preço justo. Gostei que a conta deu R$ 71,33 por pessoa considerando as entradas, prato principal e sobremesa. Tirei a bebida, já que a gente não tomou só uma garrafa de vinho (hahaha). Curti que os donos tem uma vibe leve e querem mostrar o melhor da cultura do seu país. Vida longa ao L’Ulivo Cucina e Vini. Volto já para provar essa carbonara!
L’Ulivo Cucina e Vini
Rua Miguel Lemos, 54 - Loja B – Copacabana
Rio de Janeiro/RJ
Fone: (21) 3576-7785
Aceita Visa, American e Master.
* Conteúdo produzido por Babi Libânio