Quando iniciamos no mundo do vinho, uma das primeiras palavras que colocamos no nosso vocabulário enológico é “corpo”, que significa estrutura. Entender essa característica vai nos ajudar a conhecer ainda mais os estilos da bebida. A safra, a região e o método de elaboração influenciam muito, mas são as degustações que nos ajudam a fazer comparativos e a compreender esse universo, por muitas vezes, complexo.
Nati, afinal, o que é o corpo do vinho? Explico: mais de 80% da sua composição é a água proveniente da fruta, o restante é álcool, polifenóis (taninos, antocianas entre outros), açúcares e compostos químicos responsáveis pelos aromas e sabores. Esses percentuais mudam de acordo com a safra. Um comparativo fácil de testar em casa é com o leite. A versão desnatada contém menos açúcar e gordura, já a versão integral contém uma estrutura maior, é um leite mais rico, mais pesado, estruturado. Com o vinho, utilizamos a mesma lógica.
É claro que as uvas também contam. Variedades como cabernet sauvignon, petit verdot, syrah, tempranillo, touriga nacional entre outras, geneticamente, possuem maior concentração de taninos e cor. As assemblagens, combinações de uvas, surgiram com o objetivo de ajustar a cor, a estrutura e a complexidade do vinho, melhorando suas características com o que de melhor cada casta tem para oferecer.
Outro ponto que intensifica o corpo do vinho é a passagem por madeira. Além dos aromas e dos sabores que a maturação nas barricas agrega, o contato com o carvalho também extrai taninos, que incorporam à bebida, aumentando sua estrutura fenólica e, consequentemente, o corpo.
Mas onde queremos chegar com tudo isso? Os vinhos encorpados, por todas essas características citadas, são ideais para serem degustados no inverno. Eles aquecem o corpo e combinam perfeitamente com pratos mais elaborados e temperados. Além de serem confortáveis ao paladar em dias de frio.
Você gosta de vinhos encorpados? Selecionamos alguns rótulos, nacionais e importados, para quem deseja apreciar bebidas estruturadas - os preços costumam ser mais altos pela qualidade e complexidade.
- Casa Silva Microterroir Carménère Safra 2011
Preço médio: R$ 450 - Vinho Bordeaux Superieur Chateau Belle Croix Safra 2015
Preço médio: R$ 130 - Vinho Segredos da Adega Cabernet Sauvignon Safra 2009
Preço médio: R$ 130 - Vinho Família Bebber Touriga Nacional Safra 2017
Preço médio: R$ 90 - Vinho Valduga Identidade Gran Corte Safra 2013
Preço médio: R$ 150 - Vinho Miolo Cuvée Giuseppe Cabernet Sauvignon e Merlot Safra 2018
Preço médio: R$ 90 - Vinho Bouza Tannat, Safra 2017
Preço médio: R$ 190