A novela Tieta, inspirada no livro de Jorge Amado, começou a ser reprisada nesta segunda-feira (2) no Vale a Pena Ver de Novo, da TV Globo. Obra de Aguinaldo Silva, estreou em 1989, apenas cinco anos após o fim da Ditadura Militar no Brasil.
Apesar de não ter a política como foco da trama, há uma referência a um dos marcos mais significativos do regime durante o primeiro capítulo da novela.
Em uma das cenas mais marcantes, Tieta (Claudia Ohana) é expulsa de Santana do Agreste em função de seu comportamento tido como imoral. É então que seu pai, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos), arranca e amassa a folha daquela data do calendário e a joga fora.
— Faz de conta que esse dia nunca aconteceu — declara.
A data em questão é 13 de dezembro de 1968, quando ocorreu a promulgação do Ato Institucional nº.5 (AI-5). Segundo o autor, a cena faz referência à volta da liberdade de expressão. Considerada a mais restritiva do período, a medida fechou o Congresso Nacional e implicou em uma série de restrições.
Ainda em 1989, ano em que o folhetim começou a ser exibido na Globo, marcou também a primeira eleição direta para a Presidência da República desde o golpe de 1964. Na ocasião, Fernando Collor de Mello foi eleito o 32ª Presidente da República.