Por Cosme Alves, doutor em história e professor do Cetergs - Centro de Estudo Teológico Reformado do Rio Grande do Sul Rev. Henry Matthew Haswell Jr.
Para alguns o mundo nos tempos de hoje seria mais pacífico se não fosse a religião e para outros ela é a porta de entrada para promoção da paz, também para outros a guerra e a religião não podem se separar. O fato é que desde a época das Cruzadas, a partir de 1095 até hoje, vimos inúmeros conflitos travados em nome da fé. Entre os próprios cristãos, sejam eles católicos ou protestantes já houve intensos e sangrentos incidentes como, por exemplo na Irlanda, onde houve combinação de fatores étnicos, políticos, econômicos, religiosos e sociais que surgiram ainda na Idade Média.
O que se resume nas violências religiosas, sejam elas verbais e físicas cometidas por pessoas que praticam a discriminação, profanação e agressões é a intolerância
A história começa no século 12, quando o monarca inglês Henrique II tentou anexar a ilha, muitas vidas se perderam com isso. Na religião Muçulmana, grupos extremistas como Hamas, Estado Islâmico, Boko Haram, os Taliban e a Al-Qaeda, todos promovem o terror "em nome da fé", fazendo má interpretação do seu próprio livro sagrado, a saber: o Alcorão, que foram responsáveis por 74% de todas as mortes causadas pelo terrorismo.
Então vemos até que o problema não está na religião e sim na forma de interpretá-la. Aqui no Brasil, em 1995, o ex-bispo da Igreja Universal Sérgio Von Helder, em pleno culto chutou a estátua da padroeira do Brasil alegando ter chutado a idolatria, foi motivo de perseguição e muitas críticas na época, fato esse repudiado por todas as denominações evangélicas do Brasil.
O que se resume nas violências religiosas, sejam elas verbais e físicas cometidas por pessoas que praticam a discriminação, profanação e agressões é a intolerância. Por outro lado, grupos antagônicos à falta de paz usam a religião para promover a empatia e amor ao próximo. Contudo, dependendo da forma pacífica que a pessoa segue a religião, ela se torna um bem comum e um serviço de utilidade pública, exemplo disso foi nas cheias de Porto Alegre iniciadas entre o final de abril e início de maio de 2024, onde várias instituições religiosas abriram suas portas para acolher os desabrigados.