Quando o nome de Vladimir Brichta é citado, logo é associado a um de seus quase sempre divertidos personagens na televisão. O ator é um mocinho nato e carregado de humor. Porém, a forma como ele é visto pelo grande público está para mudar. O artista, nos próximos dias, fará a sua estreia em Renascer, na qual encarnará o coronel Egídio, grande inimigo de José Inocêncio (Marcos Palmeira) na trama.
O arco do personagem gira em torno de vingança e, também, de assédio. O fazendeiro herdou as terras do pai, Firmino (Enrique Diaz), em uma propriedade vizinha a de José Inocêncio. Assim, o malvado travará uma guerra na disputa de áreas com o produtor de cacau — inclusive, atentando contra a vida do protagonista algumas vezes, por acreditar que é o culpado pela morte de seu progenitor.
— Eu fico tentando evitar uma coisa que é inevitável: ele é um vilão. Então, ele é um cara que tem muita inveja do José Inocêncio, ele acha que o José Inocêncio foi responsável pela morte do pai dele. Então, ele também tem um propósito de vingança. Além disso, ele é um cara que assedia moralmente e sexualmente a esposa, as funcionárias. Ele explora a mão de obra dos funcionários dele — explica Vladimir Brichta em entrevista a GZH.
Além de José Inocêncio, outras pessoas sofrerão na mão de Egídio, a começar por sua esposa, Iolanda (Camila Morgado), chamada por ele de Dona Patroa. Ela viverá sendo humilhada pelo marido, incluindo tendo que suportar diversas traições cometidas por ele.
Tião Galinha (Irandhir Santos) e Joana (Alice Carvalho) também serão enganados pelo vilão. Em um primeiro momento, o fazendeiro acolherá os catadores de caranguejos em sua casa, após eles largarem o ofício difícil para tentar melhorar suas vidas. Porém, o plano do fazendeiro é sórdido: ele quer assediar Joana com a intenção de ficar com ela a todo custo.
— Ele é um cara meio indefensável, mas um personagem encantador de fazer. De alguma forma, para mim, é uma novidade na televisão. A minha trajetória é muito mais de personagens cômicos, personagens heroicos e, de repente, estou vivendo um personagem que é motivado por coisas que normalmente eu não frequento em outros trabalhos. Eu acho que é um presente que eu ganhei. Vamos ver se dará certo — comenta o ator.
Vale lembrar que o arco de Egídio existia na primeira versão de Renascer, de 1993. O enredo era o mesmo que será apresentado no remake, com o fazendeiro sendo motivado pela vingança pela morte de seu pai, que foi assassinado por Belarmino e não por José Inocêncio. Porém, o nome do personagem era outro: Teodoro. Na época, quem deu vida ao vilão foi Herson Capri.
— Eu acho que o público vai se encantar com essa história como a de 1993 me encantou — acredita Brichta.