Manoel Soares foi o convidado do programa Timeline Gaúcha, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (25). No fim do mês passado, o apresentador deixou a Globo, onde atuava ao lado de Patrícia Poeta no Encontro e integrava a bancada do Papo de Segunda, do canal por assinatura GNT.
— Tô muito tranquilo, trabalhando pra caramba. Desde que saí da RBS (quando entrou na Globo, em 2017) eu não tinha parado, são seis anos. Tô tendo a oportunidade de viver algo que há muito tempo eu não vivia. Posso conviver com meus filhos. Posso ganhar o mesmo vivendo mais, sendo mais feliz. Está sendo um período revelador.
A saída ocorreu em meio a rumores de que Manoel e a titular do programa matinal não se davam bem por trás das câmeras, fato que sempre foi negado por ambos. Segundo o apresentador, não houve uma conversa com a ex-colega antes de ele sair da emissora, pois ela estava de férias.
— Esse período me deu muitas alegrias. Em hipótese alguma vou reduzir esses anos de trabalho a qualquer ruído que a imprensa fale sobre meus últimos meses na Globo — declarou. — Eu não respondo a bobagem e fofoca. Nesse momento, meu projeto de vida não está caminhando na mesma direção que o da Globo.
O apresentador lançou na semana passada o primeiro episódio do Bombou, um programa multiplataforma que irá funcionar como um agregador de notícias. A proposta é, de segunda a sexta-feira, a partir das 17h, entrar ao vivo nos canais dele no YouTube, Spotify e Facebook para conversar com o público sobre os assuntos que estão repercutindo nos portais de notícia brasileiros.
— A gente não consegue muitas vezes dar às pessoas o nível de informação que elas merecem ter. Pensei que precisamos criar algo que seja uma espécie de agregador de notícias, onde todo mundo que quiser se informar pode acessar de forma muito tranquila — explicou. — Minha intenção não é inovar. Minha intenção é popularizar.
Soares também está lançando uma marca de roupas e uma peça baseada em seu livro, Para Meu Amigo Branco. Além disso, ele é proprietário de uma casa noturna e de uma barbearia em São Paulo.
Hino Rio-grandense
Nascido na Bahia, mas radicado no Rio Grande do Sul, Manoel Soares também comentou as propostas da Assembleia Legislativa que dificultam eventuais mudanças no Hino Rio-grandense. Atualmente, não tramitam no Legislativo projetos para alterar o símbolo do Estado, mas um trecho da letra é entendido por parte da população como racista.
— Qual a vantagem de você ter no hino uma frase "Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo"? Essa frase é verdadeira? Ela traduz a realidade? Muitas músicas, muitas obras respondem ao seu tempo e esse tempo estava errado.
O comunicador ainda elogiou outra estrofe da canção para explicar o seu ponto de vista:
— O hino do Rio Grande do Sul tem uma frase que eu admiro: "Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra". Sera que nós vamos ter a hombridade de fazer a façanha de mudarmos parte do hino para que isso sirva de modelo à toda Terra? A mudança precisa ser feita menos numa lógica Gre-Nal e mais numa lógica agremiada: o que é bom para o nosso Estado? Porque quando entra na polaridade, só quem perde é o Rio Grande do Sul.