Às vésperas do Dia Internacional do Orgulho LGBT+, a TV Globo exibe, na noite desta segunda (26), o especial Sísmicas. Parte do projeto Falas de Orgulho, o episódio é o único da série antológica Histórias Impossíveis a se debruçar sobre um tema universal — o amor. Aborda, porém, um ponto de vista muito particular: o de um casal lésbico formado por Lena (Ana Flavia Cavalcanti), mulher cis, e Kátia (Kika Sena), mulher trans.
A trama, assinada por Renata Martins, Jaqueline Souza e Grace Passô, acompanha as duas enquanto elas dão um novo passo na relação e decidem morar juntas na casa que Lena herdou da avó. Ao chegarem lá, no entanto, percebem que uma construtora comprou vários terrenos no bairro e recebem uma oferta pela casa. Kátia, então, entra em crise, misturando memórias de violência e intolerância a fantasias.
Conforme as roteiristas, a ideia é abordar um problema recorrente da comunidade LGBT+, que sofre com a ausência de um lar e a possibilidade de perdê-lo em função de conflitos. Kátia, assim como várias mulheres trans, sonha em ter seu lugar no mundo. É a partir da união com Lena e do encontro com Xica (Nena Inoue) que ela consegue seguir em frente.
— Sísmicas é um convite das personagens para o público refletir sobre sua própria construção amorosa: os desafios, ou mesmo a ausência desse amor ao longo da vida — descreveu Renata Martins, em material enviado à imprensa.
Representatividade
Kika Sena estreia na televisão com Sísmicas. A atriz, que também é trans, é conhecida por ter protagonizado o longa Paloma (2021), pelo qual venceu o Prêmio Félix no Festival do Rio de 2022. No mesmo ano, ela atuou em Noite Alienígenas (2022), grande vencedor do Festival de Gramado.
— Kátia tem muito de mim e eu dela — comentou a artista. — Sísmicas é sobre as rachaduras de uma cultura LGBTfóbica, mas também sobre como as relações afetivas são fortalecidas pelas lutas e conquistas ancestrais a nós.