Marcos Frota deu um depoimento emocionado ao Altas Horas, no último sábado (24), recordando seu personagem Tonho da Lua, de Mulheres de Areia. A novela ganha uma reprise a partir de segunda-feira (26), nas tardes da Globo.
— O Tonho da Lua arrancou a máscara da minha vaidade. Você abre mão da vaidade para servir à dramaturgia, servir ao trabalho, estar com os colegas. E o Tonho da Lua marcou a minha vida porque fiquei viúvo no final — começou o ator, que também comanda o Mirage Circus, que faz temporada em Porto Alegre.
Marcos relembrou a perda de sua mulher Cibele Ferreira, morta em um acidente de carro, em 1993.
— A minha mulher, Cibele, com três filhos e 17 anos de casamento, bateu o carro na frente da minha casa e me deixou com três crianças. O mais novo tinha dois anos. Quando olhei para aquilo tudo, encontrei dentro de mim um tecido espiritual, uma compreensão da dor, que o Tonho da Lua que tinha me ensinado. Aquilo foi incrível.
Ele refletiu:
— Jamais esperava que a vida pudesse se misturar tanto com a arte, dessa forma. Percebi, através do Tonho da Lua que, na verdade, eu tinha ganhado um presente na vida que era ser o pai e a mãe dos meus filhos. Hoje, estão todos lindos, graças a Deus sou avô já. E a outra coisa, é você ter um personagem popular. Você vira meme, nome de rua, time de futebol… Até hoje, aonde eu vou, as pessoas falam: "e o Tonho da Lua?". Tá marcado para sempre no meu coração.
Marcos Frota também comentou o assunto em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, no mês passado.
— O Tonho da Lua tinha um lado espiritual muito forte, que ela (a autora, Ivani Ribeiro) muito subliminarmente colocava — relata. — Num determinado momento, eu comecei a ler por trás do texto. É uma situação muito delicada, que é o amor incondicional. Que é: quando você ama alguém, não espera nada em troca. Isso desperta dentro de você um outro espaço. Esse espaço eu não conhecia.