Personagem de Chay Suede, Ari tem chamado atenção em Travessia por revelar-se cada vez mais um vilão. No início, o relacionamento com Brisa (Lucy Alves) e a cara de bom moço até deram indícios de que ele seria o mocinho, mas a relação com a abastada Chiara (Jade Picon) mostrou que tudo não passava de fachada.
Além de fazer de tudo para separar a ex-mulher do filho Tonho (Vicente Alvite), Ari agora não tem mais freio quando o assunto é dinheiro e poder. Depois que o sogro Guerra (Humberto Martins) sofreu um acidente, o pesquisador começou a tentar se apossar, aos poucos, da empresa dele, ao mesmo tempo em que faz gato e sapato de sua filha.
Ari, porém, não é o único mocinho que foi se tornando vilão na história da teledramaturgia. Nos últimos anos, esta foi uma trama comum em novelas das nove. A seguir, GZH reúne outros casos de personagens que se revelaram malvados.
Mocinhos que viraram vilões nas novelas
Flora | A Favorita
Caso emblemático de mocinha que se revelou vilã, Flora (Patrícia Pillar) conseguiu enganar muita gente no início de A Favorita. Recém saída da prisão após 18 anos, jurando inocência e buscando se reaproximar da filha, a personagem teve uma virada por volta do capítulo 50, quando o público descobriu que ela era mesmo a responsável pelo assassinato do milionário Marcelo Fontini (Flavio Tolezani), ex-marido da rival Donatela (Cláudia Raia).
— Atira! Você não tem coragem... Sabe por quê? Porque você não é uma assassina como eu — diz Flora, na emblemática cena em que se revela sob a mira do revólver da dondoca.
Uma curiosidade dos bastidores é que, antes das gravações da novela, um pacto foi formado entre o autor João Emanuel Carneiro, o diretor Ricardo Waddington e as atrizes para que só os quatro soubessem quem era a vilã. Desta forma, elas conseguiram interpretar os papéis de forma dúbia desde o início.
Santiago | Avenida Brasil
Aparentando inicialmente ser um "bom velhinho", o pai de Carminha (Adriana Esteves), Santiago (Juca de Oliveira), chegou ao fim de Avenida Brasil (2012) não apenas como o grande vilão, mas o principal motivo por trás das maldades da filha, que comeu o pão que o diabo amassou na mão dele durante a infância.
Na reta final da novela escrita por João Emanuel Carneiro, o "médico de bonecas" revelou ser um criminoso com um passado sombrio. Antes de abandonar Carminha em um lixão, ele matou a própria esposa para incriminar Lucinda (Vera Holtz), que foi presa injustamente e passou a vida se sentindo culpada.
Depois, quando Carminha já era adulta, ele a transformou numa espécie de escrava. O vilão também chegou a envenenar Nilo (José de Abreu) e orquestrar o sequestro de Tufão (Murilo Benício).
Rubinho | A Força do Querer
O lobo em pele de cordeiro de A Força do Querer (2017), de Gloria Perez, era Rubinho (Emílio Dantas). No início, ele aparentava ser romântico e carinhoso, mas acabou se tornando o principal motivo que fez Bibi (Juliana Paes) virar Bibi Perigosa. Manipulador, ele alimentou a sede da namorada por emoções extremas, fazendo com que ela entrasse no mundo do crime, ao mesmo tempo em que a traía com Carine (Carla Diaz).
Renato | O Outro Lado do Paraíso
No início de O Outro Lado do Paraíso (2018), o médico Renato (Rafael Cardoso) era aliado da mocinha Clara (Bianca Bin), a quem supostamente ajudava em sua missão de vingança. Os dois se envolveram e chegaram a subir ao altar, mas a jovem disse "não" na frente de todos os convidados, depois de descobrir que ele estava apenas interessado nas esmeraldas das terras de sua família.
Em seu currículo de vilão, Renato tinha a tentativa de matar Clara afogada ao jogá-la em alto-mar dentro de um caixão, o financiamento dos explosivos que mataram o seu pai no passado, o assassinato da amiga dela, Beatriz (Nathalia Timberg), e o sequestro do filho dela, Tomaz, no final da novela. Era para não casar mesmo.
Zé Maria | A Regra do Jogo
Visto como um herói pelo filho Juliano (Cauã Reymond) e aparentando ser um marido carinhoso com Djanira (Cássia Kis), Zé Maria (Tony Ramos) até enganou o público por um tempo em A Regra do Jogo (2016). Mas a farsa do personagem não se sustentou e ele se revelou para o público um assassino, membro de uma facção e participante de uma chacina. No final, o personagem foi o responsável por matar a esposa.
Em entrevista, Tony Ramos disse que estudou a psicopatia para conseguir construir o personagem, um dos poucos vilões de sua carreira. Para isso, ele contou com o apoio do autor João Emanuel Carneiro.
— Desde que aceitei fazer a novela, em dezembro de 2014, eu sabia que esse homem é um psicopata, que tem uma história na infância e na adolescência que o fez ser o que ele é — comentou, ao site Notícias da TV.