O icônico tango de abertura de A Favorita voltará a tocar na programação da RBS TV a partir da tarde desta segunda-feira (16). Exibida originalmente entre 2008 e 2009, a novela de João Emanuel Carneiro ganhará uma reprise no Vale a Pena Ver de Novo, logo após a Sessão da Tarde.
Com uma trama recheada de reviravoltas, uma vilã sem escrúpulos e cenas que até hoje circulam nas redes sociais, A Favorita conquistou o público e se tornou um clássico da faixa das 21h. Por isso, o anúncio da reprise animou os noveleiros de plantão, já que esta será a primeira vez que o folhetim será exibido novamente na TV – até então, estava disponível somente no Globoplay.
A seguir, GZH reúne os destaques da trama para quem quiser se preparar para assisti-la novamente. Confira:
Quem é vilã e quem é mocinha?
Quando estreou, em 2008, A Favorita apresentava duas personagens principais, Flora (Patricia Pillar) e Donatela (Claudia Raia), mas não deixava claro quem era a vilã e quem era a mocinha. As duas rivais tinham versões diferentes sobre um mesmo crime, e o público não sabia em quem acreditar: se na angelical Flora, recém saída da prisão após 18 anos de pena, jurando inocência e buscando se reaproximar da filha Lara (Mariana Ximenes); ou na dondoca Donatela, que herdou a fortuna do ex-marido e vivia com a filha da rival, e com Dodi (Murilo Benício), seu marido corrupto.
No início da trama, todas as características de Donatela davam a entender que ela era a vilã. Porém, lá por volta do capítulo 50, o público descobriu que, na verdade, a pose de boazinha de Flora era apenas fachada. Sua prisão havia sido justa e ela era a responsável pelo assassinato do milionário Marcelo Fontini (Flavio Tolezani), ex-marido da rival.
— Atira! Você não tem coragem... Sabe por quê? Porque você não é uma assassina como eu — diz Flora, na icônica cena em que se revela sob a mira do revólver da rival.
Para manter o público em dúvida, um pacto foi formado, antes das gravações, entre João Emanuel Carneiro, o diretor Ricardo Waddington e as atrizes para que só os quatro soubessem quem era a vilã. À Globo, Claudia Raia explicou que ela e Patricia Pillar tiveram um desafio ao criar personagens que fossem dúbias desde os primeiros capítulos: "Tínhamos de pensar na coerência da história também depois que a revelação fosse feita e as cartas já estivessem na mesa para o público".
Vilã clássica
Feita a revelação, Flora começou a mostrar sua verdadeira personalidade: uma cruel, debochada e divertida vilã, do jeito que o brasileiro gosta. Além de dar apelidos a seus desafetos – Lara era a “purgante”, enquanto Donatela era a “vaca” – ela colecionava momentos engraçados. Em uma cena, por exemplo, a personagem sai dirigindo perigosamente enquanto ouve rock e bota a cara para fora da janela.
Ao mesmo tempo, a vilã não tinha escrúpulos. A personagem vive falando mal da filha, comete uma série de crimes e chega a matar o próprio pai botando veneno em uma torta.
À Globo, Patricia comentou que visitou um presídio feminino, fez psicanálise e começou a lutar boxe para se preparar para o papel. "Me marcou muito a força que fica guardada em uma pessoa que não soube lidar com o sentimento de rejeição, sentimento mal resolvido que fez o amor pela irmã virar ódio e o ódio virar desejo de vingança. Muitas ações violentas são regidas pelo ressentimento", analisou.
Trilha sonora
Outro destaque da produção é a trilha sonora. Segundo a Globo, quatro CDs foram lançados com músicas da novela: além das versões nacional e internacional, também chegaram ao mercado um álbum instrumental e outro só de canções sertanejas.
E quem lembra do passado de Flora e Donatela sabe o motivo de haver música sertaneja na novela. É porque, antes de se odiarem, as duas viviam como irmãs e até formaram a dupla sertaneja Faísca & Espoleta, agenciada por Silveirinha (Ary Fontoura) - que, mais tarde, se alia à vilã.
Apesar de a dupla ter feito sucesso razoável na trama, a canção Beijinho Doce virou febre entre o público da novela. Escrita por Nhô Pai em 1945, a regravação tocava em momentos chave da trama e virou meme, com direito a remixes com frases famosas da vilã.
Abertura icônica
Já entre as canções instrumentais, o tango eletrônico que embalava a vinheta de abertura roubava a cena. A canção se chama Pa’ Baillar, da banda uruguaia/argentina Bajofondo, e também tocava em momentos em que a personagem de Patricia Pillar estava aprontando suas maldades.
Acompanhando a música, havia uma animação com a tela dividida em dois - reforçando a ideia de que o público, ao menos inicialmente, deveria escolher em qual das protagonistas acreditar. Relembre: