O casal de autores e produtores da série 1899, disponível desde a última quinta-feira (17) na Netflix, manifestaram-se em relação a acusações de plágio feitas pela quadrinista brasileira Mary Cagnin. Jantje Friese negou que tenha usado a HQ Black Silence como inspiração em uma postagem no perfil dela no Instagram, feita na manhã desta segunda-feira (21).
"Ah, Internet! Não posto nada há anos porque, francamente, acho que as redes sociais se tornaram tóxicas. As últimas 24 horas provaram isso novamente. Para contextualizar: uma artista brasileira alegou que roubamos (elementos) de sua graphic novel. Para deixar claro: nós não fizemos isso! Até ontem, nem sabíamos da existência dessa graphic novel. Ao longo de dois anos, colocamos dor, suor e exaustão na criação de 1899. Esta é uma ideia original e não baseada em nenhum material. No entanto, estamos sendo bombardeados com mensagens — algumas delas feias e ofensivas. Alguém dá um alarme falso e todos vão em cima, sem ao menos checar se as afirmações fazem algum sentido. Claro que se isso for um esquema para vender mais de suas histórias em quadrinhos: bem pensado", escreveu a roteirista no único post disponível na conta.
Baran bo Odar, marido de Jantje e coautor da série, compartilhou uma imagem com um trecho de um texto postado em um perfil de fãs da produção e agradeceu o apoio deles. A postagem foi publicada também na manhã desta segunda.
"Obrigado @1899netflix por essas palavras gentis. Elas significam muito para nós. Como já mencionei em meu post anterior: infelizmente não conhecemos a artista, nem sua obra ou a HQ. Nós nunca roubaríamos de outros artistas porque nos sentimos artistas nós mesmos. Também entramos em contato com ela, então esperamos que ela retire essas acusações. A internet se tornou um lugar estranho. Por favor, mais amor em vez de ódio”, escreveu o produtor.
Em uma série de postagens no Twitter, a quadrinista brasileira Mary Cagnin denunciou no domingo (20) que a produção da Netflix tinha elementos idênticos ao da história Black Silence, que ela publicou em 2016. A artista contou que distribuiu exemplares da obra na Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia, em 2017.
"Está tudo lá: A pirâmide negra. As mortes dentro do navio/nave. A tripulação multinacional. As coisas aparentemente estranhas e sem explicação. Os símbolos nos olhos e quando eles aparecem. As escritas em códigos. As vozes chamando por eles. Detalhes sutis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas", dizia um dos tuítes de Mary.
Enquanto 1899 conta a história de um navio de imigrantes europeus a caminho dos Estados Unidos, Black Silence acompanha uma equipe de astronautas enviada para fazer o reconhecimento de um planeta que pode ser a chance de salvação da humanidade. As duas obras utilizam símbolos e outros elementos misteriosos em suas narrativas.