Desta vez é só o público que vai viajar no tempo para assistir a 1899, a nova série dos criadores de Dark. Ambientada no fim do século 19, a trama contará com os mesmos ingredientes que tornaram a antecessora um sucesso — mistério, mitologia e reviravoltas — para narrar as histórias de imigrantes que viajam em um navio rumo aos Estados Unidos.
Apesar de ainda não ter dado muitos detalhes sobre a trama, o casal alemão Jantje Friese e Baran bo Odar já adiantou algumas informações sobre o novo trabalho. A seguir, GZH reúne o que se sabe sobre 1899, que foi disponibilizada nesta quinta-feira (17) na Netflix.
O que se sabe sobre 1899
Nada de Dark
1899 é a primeira série que Friese e bo Odar lançam depois de Dark. Mesmo com a pressão do público sobre a nova produção — já que a antecessora foi um fenômeno de audiência na plataforma de streaming —, o casal afirmou que está apostando em um enredo bem diferente do que já vimos.
— É uma história totalmente nova. Não é um universo compartilhado, não haverá personagens de Dark aparecendo e, apesar de termos usado alguém do elenco, é vivendo um personagem totalmente novo. Há similaridades apenas no fato de que se trata mais uma vez de um mistério a ser desvendado — afirmou bo Odar ao Omelete.
Eles garantiram, no entanto, que irão manter o DNA que fez com que Dark conquistasse tantos fãs. A julgar pelo trailer, o público verá novamente uma trama na linha quebra-cabeça, recheada de pistas e símbolos que só se encaixam no final.
Porém, desta vez não teremos nada de viagens no tempo. Conforme adiantou a dupla, a série terá outro tema central, igualmente "estranho e muito interessante". Em torno disso é que irão girar as tramas dos vários personagens — assim como foi em Dark.
Trama
Mas afinal, qual é a trama de 1899? Os autores ainda não deram muitos detalhes, mas a sinopse da Netflix promete muito suspense:
"Os oito episódios contam os eventos misteriosos durante a viagem de um navio de emigrantes da Europa para Nova York. Os passageiros das mais diversas origens aguardam com esperança o início do século. Todos sonham com um futuro melhor no Exterior. Quando eles descobrem um segundo navio em mar aberto que está desaparecido há meses, sua jornada toma um rumo inesperado. O que eles encontram a bordo transforma sua travessia para a terra prometida em um mistério de pesadelo. Uma teia de segredos parece amarrar o passado de cada passageiro."
Claro que os fãs nem esperaram o primeiro episódio ir ao ar e já começaram a especular qual seria o tal tema central de 1899. Nos pôsteres de divulgação, chamou atenção o símbolo em formato triangular que, junto com a sinopse, sugere que a trama aborda o Triângulo das Bermudas — área no Oceano Atlântico onde já sumiram centenas de navios e aviões.
A respeito disso, os criadores despistaram:
— Sempre trabalhamos com símbolos e objetos e geralmente temos um objeto específico que está vinculado a um personagem. Então tentamos encontrar um mundo de símbolos que se conectem ao nosso tema — comentou a roteirista ao EW. — É o mesmo aqui novamente, agora com a pirâmide padrão e os triângulos. Está tudo enraizado em uma ideia central.
Multiculturas
Um aspecto da trama que os criadores fazem questão de frisar é que agora iremos acompanhar personagens de diferentes nacionalidades da Europa, que conversarão em suas línguas maternas.
— Ser fiel às culturas e aos idiomas foi muito importante, nunca quisemos ter personagens de países diferentes, mas todos falando inglês — descreveu Jantje ao Deadline. — Queríamos explorar este coração da Europa, onde todo mundo vem de outro lugar e fala um idioma diferente, e o idioma define muito da sua cultura e do seu comportamento.
O elenco também é multicultural. A protagonista será a médica inglesa Maura Franklin (Emily Beechan, que interpretou Catherine em Cruella), que está viajando sozinha para os Estados Unidos. Fora ela, reencontraremos algumas figuras conhecidas de outras séries famosas, como o alemão Andreas Pietschmann, que foi a versão adulta de Jonas em Dark; o inglês Anton Lesser, que interpretou o mestre Qyburn em Game of Thrones; e o espanhol Miguel Bernardeau, que foi o Guzmán em Elite.
Tecnologia
Mirando no sucesso de Dark, a Netflix investiu pesado em sua sucessora. A série foi gravada usando a tecnologia chamada de "volume", que já foi usada em superproduções como The Mandalorian, do Disney+, e House of the Dragon, da HBO, e consiste em um paredão de LEDs de 180º que exibe imagens de fundo para os cenários. A opção é mais realista do que a tradicional tela verde, já que as cenas não precisam passar por tantos retoques após as gravações.
Segundo os showrunners, 1899 seria gravada de forma tradicional, com filmagens em outros países e uso de tanques de água. A tecnologia de volume, porém, permitiu novas possibilidades não apenas em cenas com grandes paisagens, mas também em ambientes internos. A sala de jantar do navio, por exemplo, não foi inteiramente construída pela produção:
— É uma sala de jantar enorme, mas na verdade são apenas quatro pilares, algumas mesas e alguns figurantes. E o resto é virtual, mesmo com figurantes digitais — descreveu bo Odar ao EW.