Novelão com N maiúsculo, o remake de Pantanal também se tornou uma porta de entrada para atores jovens — seja em idade ou em experiência e visibilidade na TV aberta. A produção mescla um elenco de nomes consagrados da teledramaturgia (como Osmar Prado, Marcos Palmeira e Dira Paes) com rostos ainda pouco conhecidos do grande público, mas que parecem ter vindo para ficar de vez na telinha.
Desde a protagonista Alanis Guillen até o coadjuvante Guito Show, que interpreta o amado peão Tibério, muitos são os atores e atrizes da nova geração que vêm roubando a cena na trama das nove. Abaixo, GZH apresenta alguns dos mais destacados entre a turma.
Alanis Guillen
Intérprete da protagonista Juma, a atriz é a nova queridinha da nação noveleira. E não à toa. Além de viver com brilhantismo a selvagem mocinha de Pantanal, representando bem sua dual personalidade doce e ao mesmo tempo agressiva, Alanis tem conseguido imprimir também sua marca pessoal na personagem, vivida na primeira versão por Cristiane Oliveira.
Ela já viveu uma protagonista antes: Rita, de Malhação — Toda Forma de Amar. A personagem da novela juvenil foi a primeira da atriz na televisão e, assim como Juma, tinha um arco para lá de dramático — passou a trama inteira lutando para encontrar a filha que acreditava ter nascido morta, mas na verdade havia sido dada para adoção pelo pai dela, sem o seu consentimento. Antes disso, a paulista de Santo André interpretou papéis no teatro e atuou em alguns comerciais.
Jesuíta Barbosa
Figurinha carimbada em produções aclamadas do cinema nacional (atuou em filmes como Serra Pelada, Tatuagem e Praia do Futuro), o ator pernambucano não é tão reconhecido entre o público da TV aberta, ainda que tenha atuado em folhetins como Verão 90 (2019) e O Rebu (2014), além de séries como Onde Nascem os Fortes e Ligações Perigosas. Com o Jove de Pantanal, Jesuíta ganha seu primeiro papel de grande destaque na teledramaturgia.
Na pele do protagonista da trama das nove, o ator demorou um pouco para conquistar a simpatia do público. Houve quem fizesse comparações com a versão interpretada anteriormente por Marcos Winter e achasse o Jove de Jesuíta desanimado e deprimido demais, sem entender que o tom sombrio dado pelo ator tem tudo a ver com a geração que o personagem representa agora — e que é bem diferente daquela dos anos 1990. Passado o estranhamento inicial, ele também já caiu nas graças dos espectadores da novela.
Bella Campos
Em seu primeiro trabalho na televisão, a atriz já encara o desafio de viver uma das figuras mais complexas de Pantanal, a Muda. Ninguém sabe direito se a personagem é vilã ou mocinha na trama (nem ela própria, pois vive um conflito interno que se estende por boa parte da produção). Muda, que na verdade não é muda, aproxima-se da protagonista Juma com a intenção de matá-la, pois culpa a família da pantaneira pela morte do pai. Só que acaba se afeiçoando por ela e já não sabe mais o que fazer em relação ao plano de vingança — daí sua complexidade.
Apesar da pouca experiência na teledramaturgia, a cuiabense tem mandado bem ao traduzir ao público as muitas camadas que compõem a personagem. E sua estreia deveria ter ocorrido antes, em Malhação: Transformação, mas a produção acabou sendo cancelada.
Letícia Salles
Atriz que roubou a cena na primeira fase da novela como Filó, papel depois assumido por Dira Paes, Letícia Salles é outra estreante na telinha. Nascida na favela da Maré, no Rio de Janeiro, ela chegou a morar na Europa, onde trabalhava como modelo, mas nos últimos anos, guinou a carreira para a atuação.
Deu certo. Como a versão jovem de Filó, Letícia foi aclamada pelo público. O que também chama atenção é a sincronia perfeita entre ela e Dira, que trabalharam juntas na transição para a segunda fase. É muito fácil acreditar que a Filó de Letícia envelheceu 20 anos e naturalmente virou a de Dira, pois dos trejeitos ao olhar de adoração para José Leôncio, todos os elementos da personagem são trabalhados igualmente pelas duas. É um show à parte na novela.
Gabriel Sater
O nome pode até ser conhecido, mas o rosto nem tanto. Isso porque, filho do cantor e ator Almir Sater, Gabriel vive em Pantanal seu primeiro papel de destaque na televisão, o boiadeiro Trindade — antes, fez um papel menos relevante em Meu Pedacinho de Chão. É uma passagem de bastão, pois o personagem foi interpretado pelo pai dele na primeira versão da novela (Almir, aliás, também está no remake como o chalaneiro Eugênio).
E o herdeiro Sater vem mandando bem como o peão endiabrado, tornando-se também um dos novatos mais aclamados pelos espectadores — que têm destacado a beleza do ator, além da boa atuação. Não é de se estranhar, pois ele já tinha uma carreira na atuação: trabalhou nos filmes Coração de Cowboy (2018), do qual foi protagonista, e Malasartes e o Duelo com a Morte (2017). Mas, apesar das experiências prévias, o carro-chefe de Gabriel Sater é a música, tendo lançado já quatro álbuns de estúdio e um DVD, além de assinar mais de cem composições.
Guito Show
Quem também tem um pé na música é o intérprete do boa praça Tibério, peão da fazenda de José Leôncio que vive um amor inicialmente platônico por Muda. Na vida real, o artista vinha trabalhando como cantor itinerante antes de estrear em Pantanal, pegando a estrada em cima do palco-móvel que montou na própria caminhonete — veículo que também servia para a venda de produtos coloniais, pois só de arte ainda era difícil viver.
Ele nunca havia atuado, mas por meio da ex-mulher de um primo, que é filha do ator Oswaldo Loureiro (e esteve na primeira versão da novela), descolou o contato da preparadora de elenco do remake de Pantanal e conseguiu vaga para o teste. Passou. No teste dos diretores e no do público, pois o Tibério de Guito é um dos personagens mais queridos da novela.
Diante do sucesso na TV, o mato-grossense pretende continuar investindo na atuação. Ao g1, Guito disse que leva mais jeito para personagens "caipiras", mas que está aberto a novos desafios — e quer aproveitar o buzz da novela para deslanchar sua carreira musical.