Morreu nesta terça-feira (10), aos 84 anos, o ex-diretor de Jornalismo da TV Globo Alberico de Sousa Cruz. O jornalista recebeu o diagnóstico de leucemia há dois anos e meio e, desde então, lutava contra a doença. Há uma semana, foi internado na Clínica São Vicente, na zona sul do Rio de Janeiro, com complicações da doença e não resistiu.
Alberico nasceu em Abaeté, no interior de Minas Gerais, em 6 de maio de 1938. Viveu na fazenda da família até os sete anos e mudou-se para Belo Horizonte para realizar os estudos. Formou-se em Direito, mas seguiu o jornalismo como profissão. Ele deixa mulher, Regina, duas filhas, Cristiana e Janaína, e três netos.
O jornalista trabalhou nos principais jornais, revistas e emissoras do País, com passagens pelo Jornal do Brasil, Revista Manchete, Última Hora em Brasília, revista Veja e em O Jornal, dos Diários Associados. Participou de coberturas intensas em relação à democracia e economia.
No jornalismo da Globo, Sousa Cruz foi responsável pelas coberturas da morte do presidente eleito Tancredo Neves, em 1985, e da Guerra do Golfo, em 1991, esta com repórteres em Israel, Jordânia, Iraque e Estados Unidos.
Alberico chegou à Globo em 1980 para assumir o posto de diretor de Jornalismo da emissora em Minas Gerais. Em 1982, se mudou para o Rio de Janeiro, onde se tornou diretor de Telejornais Comunitários da Central Globo de Jornalismo.
O jornalista assumiu o cargo de diretor de Telejornais da Globo, em 1987. Em abril de 1990, bancou a primeira mulher a apresentar o Jornal Nacional, principal telejornal da emissora. O espanto de parte do público em relação a decisão, foi encarado como natural por Alberico:
— Em um sábado em que um dos apresentadores teve um contratempo, decidi colocá-la no ar. No dia seguinte, choveram ligações para elogiar a iniciativa. Todo mundo pensa que fizemos pesquisas e várias reuniões antes de tomar essa decisão. Não aconteceu nada disso — contou, na época.
O jornalista ficou na emissora até 1995. Depois, comandou o jornalismo da Rede TV até se aposentar, em 2002.
Na política, foi filiado Partido Comunista Brasileiro (PCB) e foi eleito presidente da União Colegial de Minas Gerais, antes de se formar em Direito.