Vinicius tanto tropeçou que acabou caindo. O cearense foi o oitavo eliminado do Big Brother Brasil 22, deixando a briga pelo prêmio milionário na noite de terça-feira (15), em paredão disputado com Gustavo e Pedro Scooby. Na manhã desta quarta (16), o agora ex-brother refletiu sobre sua trajetória no reality em conversa com Ana Maria Braga, no Mais Você, exibido pela RBS TV.
E falar da trajetória de Vyni sem falar de Eliezer é praticamente impossível. Isso porque o bacharel em Direito desenvolveu uma amizade profunda com o designer — tanto que, em alguns momentos, o público e até colegas de confinamento chegaram a cogitar que Vyni estaria apaixonado pelo amigo. O cearense negou.
— Quando saí, vi que tinha uma interpretação equivocada da amizade que eu tinha com ele, como se existisse algum interesse amoroso, interesse físico. Eu fiquei: "Mas gente, nunca foi sobre isso". São só duas pessoas que se tornaram muito amigas lá dentro, não tem nada além disso. Era simplesmente uma grande amizade que a gente tinha — disse.
A interpretação equivocada, porém, não foi à toa. Vyni visivelmente abriu mão de sua estratégia em prol de Eliezer, inclusive indo contra os demais aliados para seguir a vontade do amigo. Fora do escopo do jogo, o brother também demonstrou preocupação e cuidado excessivos com Eli, além de um certo ciúme, o que acabou por reforçar a percepção do público.
Ainda assim, o brother frisou que tudo não passou de seu jeito de lidar com suas amizades, mas admitiu que a relação pode ter lhe atrapalhado no game:
— Acredito que a forma como a amizade foi caminhando acabou por dar uma atrapalhada no jogo. Porque eu sou assim, sempre me entrego em tudo. Se eu falo que você é meu amigo, eu vou ser seu amigo até o fim. O barco pode estar afundando que eu não solto a sua mão, não sou o tipo de pessoa que na primeira oportunidade cai fora. Talvez o meu erro tenha sido esse: eu sou intenso demais e devo ter exagerado um pouco na dose, acabei priorizando mais ele do que o meu próprio jogo.
Apesar de ter pagado o preço alto da eliminação, Vyni acredita que valeu a pena participar do BBB 22. Segundo o brother, a experiência serviu para que ele superasse traumas que lhe acompanhavam havia muito tempo.
— Entrei achando que iria jogar sozinho, porque entrei munido da ideia de que não seria bem aceito, pois já era acostumado a viver isso aqui fora. Nunca fui muito bem aceito, já era acostumado a levar porrada da vida, "lapada no ombro". Quando entrei e me senti acolhido, aquilo foi algo muito novo — lembrou o cearense. — Eu recuperei minha autoestima lá. Hoje consigo me olhar no espelho e me ver como uma pessoa bonita, uma pessoa que pode ser amada, como o garoto que chegou lá naquela casa com 20 estranhos e conseguiu conquistar o coração de cada uma delas.
Parte desta munição com a qual entrou na casa, explicou Vyni, tem a ver com sua orientação sexual e as violências sofridas por conta disso. Por isso, o brother enxerga que sua passagem pelo BBB 22 — e a transformação pela qual sente ter passado lá dentro — é uma forma de resistir contra o preconceito. Como balanço final de sua participação, o cearense mandou um recado para pessoas que, assim como ele, já foram vítimas da homofobia:
— Eu nem lhe conheço, não sei seu nome e não sei o que você passa. Mas, de alguma forma, eu amo você, eu me conecto com você, eu sinto aquilo que você sente. Eu já senti e sinto todos os dias o preconceito na pele. Por causa da minha cor, por causa do meu dialeto, do lugar de onde eu venho, minha orientação, minha classe social... Já sofri tudo que é tipo de violência, mas nunca me permiti ficar nesse lugar de me lamentar.
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