Dois anos depois, os monstros, a guerra, o mistério e a ação estão de volta. Se a primeira temporada focou em explicar a história do universo de The Witcher, a segunda parte, que chegou à Netflix nesta sexta-feira (17), trabalha com uma linha temporal linear para trazer novas figuras, aprofundar a trama do Continente, as brigas internas e os sentimentos dos personagens.
Nos holofotes, a princesa Cirilla de Cintra (Freya Allan) decide enfrentar seu medo: a capacidade de seu desconhecido poder. A personagem vai a Kaer Morhen, fortaleza dos bruxos, para finalmente iniciar seu treinamento. Ao mesmo tempo, passa a construir uma relação paternal com o bruxo Geralt de Rivia (Henry Cavill), com quem se reencontrou na reta final da primeira fase.
— Nesta nova fase, os roteiros tinham um enredo incrível e estava esperando por isso há muito tempo. Pude mergulhar em tantos recantos diferentes da mente de Ciri — contou Freya em mesa redonda da Netflix com a imprensa.
Além de assumir esse papel de pai de Ciri, o mutante Geralt fica envolto em outras relações fraternais. Ele encontra ao longo dos episódios amigos como a feiticeira Triss (Anna Shaffer), o amaldiçoado Nivellen (Kristofer Hivju) e Vesemir (Kim Bodnia), que o tem como um filho.
O destino de Yennefer de Vengerberg (Anya Chalotra) — em aberto desde a batalha de Sodden — finalmente é conhecido. Entretanto, outra vez ela se vê de mãos atadas, em mais uma representação de um dos grandes conceitos da série: nenhuma decisão pode ser julgada inteiramente boa ou ruim, mas todas têm consequências.
— (No Continente) você não pode realmente confiar em ninguém, nunca tem uma relação de confiança — define Anya.
Tonalidades
A mudança de tom da série é perceptível, agora se mostrando mais sombria. Segundo a showrunner e produtora da série, Lauren Hissrich, isso se dá porque o conflito dos personagens não vêm mais de uma fonte externa, já que agora eles batalham contra seus próprios monstros.
Nem Jaskier (Joey Batey), o bardo responsável por cantar a música-chiclete Dê um Trocado pro Seu Bruxo, escapou disso.
— Quando surge um personagem como esse, uma das maneiras de aproveitá-lo é testando essa luz, colocando-o em situações que realmente desafiam se ela é infatigável ou indomável — afirma Batey.
Mal a segunda temporada estreou, há vislumbres do futuro. Durante a mesa redonda da Netflix, Lauren juntou mais um pequeno pedaço do quebra-cabeça sobre o que está por vir: vai manter parte desse tom, mas seguirá equilibrando com humor e bons momentos descontraídos. Dessa vez, contudo, não deve demorar tanto: se a experiência de dois anos de distância entre uma temporada e outra — especialmente por conta da covid- 19 — gerou ansiedade nos fãs, a showrunner também diz esperar nunca mais ter de fazer isso novamente.