O humorista Hélio de la Peña ainda ri quando se lembra das reuniões que fazia com os outros integrantes do programa Casseta & Planeta para definir os quadros do episódio da semana.
— Nós nos divertíamos muito, mais na redação do que no estúdio de gravação, onde tudo era mais sério pois tínhamos horário a cumprir — conta ele.
Pois é justamente esse clima descontraído que vai marcar o Conversa Piada, programa semanal de humor que estreia neste sábado (16), às 22h, na TV Cultura.
— Será o programa para quem não tem programa — brinca de La Peña, que terá a companhia de Claudio Manoel, Hubert Aranha e Beto Silva, alguns dos colegas com quem apresentou o Casseta durante 18 anos na Globo, até o encerramento em 2012. — Mas não estamos ressuscitando o Casseta, não é a volta dos Beatles, apenas mantemos seu espírito libertário para, durante a meia hora que dura o programa, apresentar uma resenha em que comentaremos os assuntos da semana, e com humor, é claro.
A estreia de Conversa Piada marca uma mudança na programação da Cultura, que terá uma série de novas atrações ao longo dos próximos meses.
— Nossa intenção é redefinir o momento da emissora e reconectá-la com o DNA de uma televisão pública que, além de democrática em seus programas, seja também reconhecida pelo telespectador com o crescimento da audiência — comenta José Roberto Maluf, presidente executivo da Cultura.
De fato, o cardápio preparado é variado em relação a temas e público-alvo, pois percorre desde a linha infantil (um dos pontos fortes na história da emissora), passando obviamente pelo humor (Denise Fraga também vai capitanear uma série cômica) até chegar às homenagens (como ao ator, cantor, compositor e apresentador Rolando Boldrin, que completa 85 anos no dia 22) e aos temas científicos.
— Pretendemos mudar a ditadura do streaming, que ganhou muito fôlego durante o período de isolamento social — observa Eneas Carlos Pereira, autor e roteirista que é responsável pela direção de Programação da Cultura. — Claro que não temos nada contra essas plataformas, mas queremos reforçar a importância da televisão aberta, especialmente a Cultura, que é pública e pode ser assistida em todo o Brasil por meio de 156 emissoras parceiras, que atingem comunidades rurais e periféricas.
Segundo ele, além da nova programação, a Cultura vai intensificar as formas de acessibilidade da transmissão, com audiodescrição, closed caption e decodificação pela linguagem de libras.