Três décadas se passaram desde Karatê Kid II. De lá pra cá, Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka) se tornaram homens de família, voltaram aos tatames (como hobby e depois por profissão) e aprenderam muito sobre a vida. A questão é que, na terceira temporada de Cobra Kai, que estreia nesta sexta-feira (1º) na Netflix, os dois sentem que os problemas não parecem tão simples de se resolver quando não se é mais adolescente.
Nas duas fases anteriores, o seriado conseguiu costurar a trama de novos aprendizes de caratê. Ao mesmo tempo, Daniel e Johnny são vizinhos e lidam com diferentes problemas. Viciado em álcool, nesta fase inédita, Johnny está se sentindo culpado ao ver o seu jovem aprendiz Miguel (Xolo Maridueña) em coma no hospital, após ele brigar com seu filho Robby (Tanner Buchanan) pelo amor de Samantha (Mary Mouser), filha de LaRusso.
— Eu acho que o Johnny de 30 anos atrás e o de agora são o mesmo, a alma é a mesma, com a mesma força que teve no torneio de All Valley. A diferença é que agora as mudanças trouxeram mais pressão para a vida dele, o que o fará olhar para trás e se sentir completo, capaz de enfrentar tudo isso — acredita Zabka, em entrevista por vídeo a GZH.
Daniel, por sua vez, estará tão perdido com a vida profissional e pessoal que fará uma viagem ao Japão para se reconectar com o antigo mestre, Senhor Miyagi (Pat Morita). A ideia da Netflix foi fazer um tributo a Morita, que morreu em 2005. Além disso, em Okinawa, Daniel San irá cruzar novamente com o vilão Chozen (Yuji Okumoto) e com Kumiko (Tamlyn Tomita) — o que deve agradar aos fãs da franquia de sucesso da década de 1980.
— Foi um dos momentos mais mágicos das gravações, porque nós filmamos no Havaí na década de 1980, e não no Japão. Tudo isso deixa a série elevada, com nostalgia, resiliência e uma transmissão de legado importante. Foi bom reaprender com o Senhor Miyagi e isso ajuda o Daniel a olhar para frente — conta Macchio.
Lutas
Após a briga entre Miguel e Robby, no final da segunda temporada, o colégio em que estudam os jovens lutadores de artes marciais enfrenta uma espécie de regime militar. Todos são obrigados a passar por revistas. Mesmo assim, eles farão de tudo para manter os treinos e as cenas de luta devem impressionar. Cobra Kai, inclusive, já foi indicada ao Emmy em categorias técnicas dedicadas a acrobacias.
— É uma parte do trabalho que exige muita paciência e prática para ver seu progresso. Quando conseguimos acertar uma sequência de golpes, é muito recompensador. Ficamos, tipo: “Eu finalmente fiz isso, depois de semanas de treino!” — conta Maridueña.
A série também mostra o poder feminino nos tatames. Mary Mouser, intérprete de Samantha, protagonista do núcleo jovem, ficou contente em ver o crescimento da personagem ao longo das três fases da série.
— É sempre legal ver uma mulher fazendo um esporte considerado só de homens e ela estava sem rumo. É legal esse encontro do esporte com a vida dela. E não importa quem seja, eu vou continuar batendo neles (risos) — brinca a atriz.
Assim como os dois anos anteriores de Cobra Kai, os brasileiros devem gostar do resultado final. Para Zabka, o jiu-jítsu brasileiro é uma ótima referência e tem tudo a ver com a série. Ele conta, inclusive, que sua filha treina as técnicas do país tupiniquim e já foi capaz de “colocar ele no chão”.
— Acredito que as artes marciais e o jiu-jítsu brasileiro são formados por times fortes, vêm muito de família e geram uma nostalgia forte com o público. É legal a gente conseguir expressar essas emoções e um pouquinho de Brasil na tela — atesta Zabka.