O isolamento social de Bianca Bin, 29 anos, começou bem antes da pandemia de coronavírus. Há dois anos, a atriz mora com o marido, o ator Sergio Guizé, 40, em um sítio em Angatuba, interior de São Paulo. Junto à natureza, o casal aproveita a pausa na agenda para curtir a reprise de Êta Mundo Bom! (2016), sucesso no Vale a Pena Ver de Novo. Na trama, ela interpretou Maria, jovem humilde que se apaixonou por Celso (Rainer Cadete). Já Guizé deu vida ao protagonista Candinho.
Em entrevista por e-mail, Bianca relembra os melhores momentos desse trabalho tão especial e conta como o tempo fora da telinha a ajudou a valorizar a simplicidade – seu último papel em novelas foi em 2017, como a Clara de O Outro Lado do Paraíso.
Quais são as melhores lembranças que você tem da época das gravações de Êta Mundo Bom!?
O convívio diário com elenco, equipe, diretores, mas em especial as histórias engraçadas com Jorginho (o diretor Jorge Fernando morreu, aos 64 anos, em outubro de 2019) e do querido Flávio Migliaccio (o ator, que interpretou o Josias na novela, morreu em maio, aos 85 anos).
Como tem sido a experiência de rever a novela, agora, sem a cobrança de estar no meio do trabalho?
Deliciosa. Eu e Guizé amamos assistir juntos e comentamos demais também. Sem a cobrança de estar no meio do trabalho, sinto que as críticas já não se fazem mais necessárias. Dessa maneira, o olhar fica menos julgador e muito mais carinhoso. Esse é um trabalho que tenho muito orgulho. Assistir, agora, é como uma celebração, lembrar das histórias com Jorginho, rir muito falando dele e de todos os amigos e parceiros queridos que fizeram parte das nossas vidas naquela época. Só boas lembranças.
A reprise da novela tem sido um alento para muita gente, principalmente pelas mensagens positivas, tão necessárias neste período. Qual foi o grande ensinamento que este trabalho trouxe para você?
Acredito que o de sempre voltar o meu olhar para a metade do copo que está cheia. O otimismo, a alegria, as músicas, os cenários de época que nos remetem àquele tempo bom, onde o valor das coisas mora na simplicidade, que a novela traz, ensinam e ajudam muito a todos nós, principalmente em um momento triste e de tantas perdas como esse que estamos vivendo agora. Êta Mundo Bom! é mesmo um grande alento para tempos difíceis.
Você já estava vivendo uma espécie de isolamento, morando em meio à natureza, bem antes da pandemia. Isso ajudou a enfrentar o momento atual?
Sim, intuitivamente, há dois anos, fiz a escolha de, depois de nove anos no Rio de Janeiro, voltar a morar no interior de São Paulo (a atriz é natural de Jundiaí). Foi uma mudança radical, mas, a cada dia, ela faz mais sentido para mim e para as minhas novas escolhas de vida. Estar perto da natureza, de pé no chão, é um privilégio, ainda mais em um momento como esse. Só me fortalece e ajuda a enfrentar toda essa demanda que estamos tendo de lidar nesta pandemia.
Como tem sido a sua rotina? Aprendeu alguma coisa nova, aprimorou algum conhecimento neste período de isolamento social?
Estou aprimorando meus dotes culinários, comendo muito. Brincadeira! Tenho conseguido praticar ioga, duas vezes por semana, o que me faz muito bem também. Além de meditar, ter tempo para ler mais, aprender a tocar violão, assistir a filmes e séries, fazer mosaicos, afinar a relação com os cachorros, cuidar do jardim, da horta, da casa e de mim.
O que você espera que vá mudar no ser humano após a pandemia?
Acho que vamos sair dessa com muitos aprendizados e melhores do que entramos, pena que seja a tanto custo. Mas, olhando para o lado bom, acho que estamos aprendendo mais sobre empatia, respeito, bom senso. A valorizar o conhecimento, a ciência, as artes. O simples e essencial à vida. E os nossos afetos.
Qual é a primeira coisa que você gostaria de fazer quando tudo isso passar?
Uma reunião em casa com meus melhores amigos para celebrarmos a vida e nos abraçarmos muito! Estou morrendo de saudade de todos.