Talvez você não associe o nome à pessoa, mas certamente já deve ter visto o rosto de Ana de la Reguera na televisão. A atriz mexicana de 43 anos tem em seu currículo séries de sucesso como Narcos, Jane, A Virgem, Capadocia e a mais recente Power, por exemplo. No México, já foi figura cativa no elenco das famosas novelas do país.
Mas como fazer para que todo mundo, de fato, a conhecesse no meio televisivo? A solução encontrada pela atriz foi criar uma série sobre si mesma. Misturando realidade e ficção, Ana estreia nesta quinta-feira (20), às 23h30min, no canal Comedy Central, para mostrar as alegrias e os tropeços de uma mulher em busca de sucesso profissional, pessoal e que ri das próprias desgraças.
— Quando um amigo teu tropeça, em um primeiro momento é engraçado. É a mesma sensação (risos) — explicou Ana de la Reguera em entrevista a GaúchaZH.
Além de protagonista, a atriz também é criadora e roteirista da série. Em 10 episódios, o público acompanha uma jornada quase egocêntrica e semibiográfica de Ana, que enfrenta a crise dos 40 anos, relacionamentos conturbados, dramas familiares e, principalmente, a grande dificuldade em começar uma carreira internacional.
— Foi complicado, eu não tinha experiência com produção ou roteiro. Mas me preparei. Depois de muitas negativas, a indústria começou a ver essa necessidade de contar histórias sobre mulheres — comentou a atriz, dizendo que se inspirou na série Louie (2010-2015) para contar sua própria história.
Barreiras
Um dos pontos altos de Ana é mostrar a dura realidade de atrizes estrangeiras tentando seu lugar ao sol em Hollywood - e o contraste entre Estados Unidos e México.
Cansada de atuar em novelas, a série acompanha a busca da atriz por bons trabalhos na indústria cinematográfica e televisiva norte-americana, mas deparando, por vezes, com papéis estereotipados de mulheres latinas - aqui, a realidade se sobressai à ficção.
— É interessante ver que, em anos anteriores, eu tive poucas oportunidades e depois as coisas mudaram e havia muita gente interessada. Nós, mulheres, estamos mais fortes — contou.
Mas há também muita coisa inventada em Ana, como a figura superprotetora da mãe da protagonista. Por outro lado, sua irmã Ali Gardoqui e seu pai Augusto Gardoqui participam na série como eles mesmos, porém adotando outros nomes.
— É 50% ficção e 50% realidade. Há personagens reais e outros que não existem. Com a história também é assim — explicou a atriz.
Ana, por vezes, esbarra em um humor mais caricato ao falar de temas como ejaculação feminina e bissexualidade. Também possui ares de musical, com cenas envolvendo vários personagens cantando e dançando que acabam quebrando a linha narrativa da história - mas valorizam canções de músicos latino-americanos ou de origem espanhola, como Fito Páez e Rosalía.
Além de começar a ser exibida no Comedy Central todas as quintas-feiras, a produção também já está disponível no catálogo do Amazon Prime Video.
— Não vejo a hora de ir para o Brasil, ainda mais que meu pai viveu uns quatro a cinco anos ali, ele também fala português. Adoraria levá-lo e estar com ele aí em breve — disse Ana, animada.