Quem nota a liberdade com a qual João Batista, 55 anos, se relaciona com o chef Claude Troisgros no palco do Mestre do Sabor (RBS TV, 22h30min) percebe que a relação deles é de longa data. O paraibano interrompe diálogos, brinca com os candidatos e faz piada sobre ingredientes com o chef francês, que comanda o reality show gastronômico da Globo. E tudo bem: os dois já trabalham juntos há mais de 38 anos.
Pouco antes de chegar à maioridade, Batista ingressou como lavador de pratos no restaurante de Claude, no Rio de Janeiro, depois de largar a vida sofrida na Paraíba. A oportunidade com o experiente cozinheiro lhe abriu portas. Aos poucos, Batista foi crescendo e aprendeu técnicas da gastronomia francesa, tornando-se chef do empreendimento ao lado do amigo.
Os dois, então, fortaleceram ainda mais seus laços quando foram convidados para estrear um programa culinário no canal pago GNT – ganhando assim, a possibilidade de chegarem à TV aberta.
Em entrevista a GaúchaZH, Batista fala sobre a segunda temporada do programa e a relação com Claude. No episódio desta quinta-feira (7), os mestres José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão experimentam os últimos pratos de entrada da competição. Eles têm a difícil missão de selecionar apenas os nove melhores para completar seus times.
O que mudou da primeira para a segunda temporada de Mestre do Sabor?
Acredito que, na segunda temporada, dá pra conhecer melhor os mestres, o que cada um gosta mais. Nessa nova fase, ficamos sem plateia devido ao coronavírus, por questão de segurança de todos, e eu particularmente senti falta, porque gosto de conversar com o público e de ver as reações diante dos ingredientes que os chefs estão cozinhando. Mas sei que foi a melhor decisão, pensando em todos.
Acha que você e Claude ficaram mais à vontade no palco?
Com certeza. Mas o desafio segue presente e tem sempre uma surpresa. Quando chega a hora de provar os pratos com Claude para imunizar um time, a gente nunca sabe o que vem pela frente. Garanto que nessa temporada os chefs se superaram, sempre valorizando os produtos da nossa terra.
A amizade de vocês ficou ainda mais fortalecida?
Gravar com Claude é sempre muito divertido. Passamos 12 horas por dia dentro do estúdio e compartilhamos camarim. Então, nos intervalos, além de ensaiar, aproveitamos pra colocar a conversa em dia sobre assuntos que não são ligados ao trabalho.
O que mais chama sua atenção nos pratos que prova?
As técnicas que valorizam os ingredientes. A harmonização entre os produtos. E o mais importante: o sabor final. Em cada um deles, sempre procuro pensar que os telespectadores tenham a chance de conhecer mais do nosso Brasil através da cozinha.
Dos participantes desta segunda temporada, o que pode adiantar? Existe algo que surpreenderá o público?
Acho que as pessoas já perceberam que fico bastante emocionado com os competidores da minha região, no entorno da Paraíba. Sei que eles estão ali lutando pra representar nossa cozinha regional. Mas claro que não dá pra ter favoritismo. Eu diria que me inspiram os produtores que levaram produtos incríveis que são cultivados com todo o respeito que a natureza e a gastronomia pedem. Eu não posso revelar quais são os dessa temporada para não estragar a surpresa (risos).
Já pensou em projetos novos ao lado do Claude?
Vamos inaugurar um restaurante juntos ainda nesse primeiro semestre no Rio de Janeiro. Mais pra frente eu conto o que é, mas adianto que será uma mistura da cozinha dos dois.