As Five estão de volta! E não estamos falando da série prevista para o Globoplay, ainda sem data definida. A partir de hoje, Malhação – Viva a Diferença volta à telinha. Enquanto durar a pandemia de coronavírus, os fãs poderão matar a saudade de Keyla (Gabriela Medvedovski), Lica (Manoela Aliperti), Ellen (Heslaine Vieira), Benê (Daphne Bozaski) e Tina (Ana Hikari).
As cinco protagonistas falaram com Retratos da Fama, via chamada de vídeo online, sobre a expectativa pelo retorno da história, o que mudou na vida de cada uma de lá pra cá e, principalmente, sobre a responsabilidade de terem feito parte de uma produção que dialoga diretamente com os jovens.
O tempo voa
Viva a Diferença estreou há quase três anos. Parece pouco, mas é um tempo considerável no que diz respeito ao comportamento dos adolescentes e à interação cada vez maior com as plataformas digitais.
— Mudou muito a maneira de lidar com Instagram, com os influenciadores digitais. Hoje em dia, os jovens buscam exemplos nas redes sociais — destaca Daphne, avaliando o período.
Ana relata uma situação inusitada que ilustra bem esse universo tão voltado para a internet. A atriz conta que foi a uma loja, tempos atrás, à procura de uma camiseta com foto de Audrey Hepburn (1929 – 1993), famosa estrela de Hollywood dos anos 1950 e 1960.
— A vendedora perguntou quem era Audrey Hepburn, se era uma blogueira — conta, aos risos.
Tão iguais, mas tão diferentes
Unidas, mas completamente diferentes entre si, As Five mostraram características marcantes e bem definidas, com as quais as meninas podem se espelhar na vida real.
Intérprete da rebelde Lica, Manoela Aliperti lembra da principal qualidade de sua personagem:
— O desprendimento que ela tem com relação à vida é uma característica muito singular. Faz com que acreditemos mais em nós mesmas, é uma atitude importante para poder seguir em frente, com determinação.
Batalhas intransferíveis
Gabriela reforça que a determinação, em escalas diferentes, é o motor que impulsiona as cinco amigas em busca de seus ideais:
— Todas têm essa característica de determinação. Como mulheres, já é difícil. Elas foram criadas dentro de padrões patriarcais. Por isso, todas terão que passar por batalhas. É importante dar luz a um assunto que, cada vez mais, é tendência.
Ana ressalta que Tina precisou lutar contra a própria família, questionar a milenar herança japonesa, para conseguir seu espaço.
— Ela vem de uma cultura muito tradicional, principalmente no que diz respeito às mulheres. O que falta na cultura asiática é esse lugar de quebrar o silêncio. Tenho certeza de que foi uma inspiração para mim e para muitas meninas — afirma.
Ao contrário das amigas, Ellen tem outra história de vida, uma bagagem bem diferente, como reflete sua intérprete, Heslaine:
— Ellen vem de uma família matriarcal, vem de outro contexto social. Até por isso, o fato de escolher abandonar certos padrões, em contraponto à Lica, por exemplo, é tão importante.
O legado em cada uma
As cinco atrizes garantem que se tornaram diferentes depois de Malhação. A intérprete da hacker Ellen precisou se aprofundar no universo tecnológico, que mudou sua forma de ver o mundo.
— Uma característica que levo dela é o fato de ser bastante observadora — conta Heslaine.
Para Daphne, o aprendizado foi mais profundo:
— Aprendi muito com a Benê, quebrei um grande preconceito e aprendi a lidar com as diferenças das pessoas, a ter esse olhar mais aberto.
Ana passou a valorizar mais suas raízes.
— Existe uma negação, muitas vezes por preconceito. Não conhecia nada da cultura japonesa, fui pesquisar mais e descobri que, para ser eu mesma, não precisava negar minhas origens. Foi um aprendizado não só cultural como pessoal — admite.
Gabi, que é gaúcha de Porto Alegre, conta sobre sua vivência como Keyla nesta temporada:
— Comecei a pensar mais sobre autoestima. Durante a trajetória dela, foi sobre o que se questionou, isso mudou dentro de mim também.
Intérprete da rebelde Lica, Manoela complementa:
— A Lica me deixou sua determinação, o fato de ir atrás do que acreditava.
Responsabilidade
As cinco atrizes já tinham uma ideia do poder da novela Malhação. O que nenhuma delas imaginou foi que iriam fazer parte de uma produção histórica, que chegou a receber o internacional prêmio Emmy Kids, em 2019.
— Quando começou, a gente sabia da responsabilidade, mas, conforme fomos vivendo isso, quando veio o Emmy, se tornou ainda mais real — relata Daphne.
— Foi um projeto tão maneiro que faz todo o sentido estar passando de novo — completa Gabi sobre a reprise.
— São assuntos atemporais, não têm época para ir ao ar. É uma dimensão enorme mostrar esses cinco universos tão diferentes — sentencia Manu sobre o orgulho deste trabalho.
Amizade que transcende a ficção
A conexão das cinco amigas na trama ultrapassou a fronteira da ficção. Até hoje, Daphne, Heslaine, Manoela, Ana e Gabriela dão continuidade à relação que surgiu diante das câmeras, mas que, segundo elas, levarão para a vida inteira.
Durante a entrevista, é nítida a afinidade real que existe entre as meninas, que se entendem apenas pelos olhares, uma completando a fala da outra, um laço forte que permanece. Aliás, elas contam que mantêm contato via grupo no WhatsApp chamado "As Five".
— Depois da novela não tinha mais como a gente se separar, temos muita cumplicidade, mesmo tendo nossas diferenças — finaliza Daphne.
E viva a diferença!