Sofrer com as maldades dos vilões, chorar por um amor perdido, passar capítulos tentando recuperar o homem de seus sonhos. Assim, são as mocinhas de novela, certo? Errado! Na maioria das tramas atuais, a mulherada está no comando e não se deixa abater na primeira dificuldade. Algumas nem são tão boazinhas e ingênuas assim _ são humanas, sujeitas a erros e acertos. É claro que lá, no último capítulo, elas têm direito ao "felizes para sempre", mas sem precisarem da ajuda de "príncipes encantados" para lutarem pelos seus objetivos. Ao contrário: são os marmanjos que andam passando maus bocados nas mãos destas mulheres empoderadas. Mas que poder é esse que elas têm?
A FORÇA DAS MOCINHAS
Em A Força do Querer, as três protagonistas comandam a trama e os homens que as rodeiam. São três mulheres bem diferentes, mas que veem seus destinos entrelaçados ao longo da história. E é claro que, quando essas personalidades fortes se encontram, tudo pode acontecer. A autora, Gloria Perez, construiu três mocinhas que ficam no limite entre o bem e o mal.
Destemida
Bibi (Juliana Paes) é passional ao extremo, tanto que não se contentou com as migalhas de amor oferecidas por Caio (Rodrigo Lombardi). Foi nos braços de Rubinho (Emílio Dantas) que a morena descobriu o que era "amar grande", como ela mesmo dizia. Mas o envolvimento do marido com o tráfico de drogas leva essa mulher intensa para o mundo do crime. Nos próximos capítulos, ela se mostrará uma bandida de respeito, com direito a enfrentamento com o chefão do tráfico. Sem freios nem pudor, vale tudo pelo homem que ama.
Essa menina é fera!
Do outro lado da moeda, está Jeiza (Paolla Oliveira), uma policial linha-dura, mas que não deixa de lado a feminilidade nem a paixão. A bela não se deixa dominar nem mesmo no amor _ Zeca (Marco Pigossi) que o diga!Ele até pensa que vai domar essa fera, mas a missão tem se mostrado quase impossível. Jeiza está bem distante das heroínas românticas já vividas por Paolla na tevê: não sonha com um "príncipe encantado" e coloca a carreira à frente do amor.
Olha o canto da sereia
Os encantos de Ritinha (Isis Valverde) seduziram Zeca e Ruy (Fiuk). Os dois se deixaram seduzir pela menina que se diverte ao ver os homens a seus pés. Com um certo ar de inocência, mas cheia de malícia, a morena com pinta de "sereia" consegue envolver e manipular a situação a seu favor.E foi assim que conseguiu se casar duas vezes, sendo a união atual com o herdeiro de uma grande fortuna. Ritinha, por vezes, chega a ser quase uma aprendiz de vilã, tamanho estrago que causou na vida de Zeca e, agora, com as mentiras contadas a Ruy.
DONAS DA HISTÓRIA
Em Novo Mundo, as lutas pela Independência do Brasil são firmadas pelos homens, já que a sociedade da época considerava as mulheres seres inferiores, dignas apenas de cuidarem do filho e dos maridos. Mas, por trás dos heróis Dom Pedro (Caio Castro) e Joaquim (Chay Suede), estão duas mulheres fortes, que, no fundo, são as verdadeiras responsáveis por muitos dos feitos corajosos que acontecem na história.
Princesa absoluta do Brasil
O grande destaque na ficção e na nossa história foi Leopoldina, brilhantemente interpretada por Letícia Colin. Foi ela a grande mentora das ideias de liberdade que o marido proclamava. Não fosse a princesa, não teria acontecido o famoso "Dia do Fico" (data que marcou a desobediência de Dom Pedro às ordens de Portugal, que o mandavam deixar o Brasil) tampouco seríamos uma nação independente. Entre um filho e outro, Leopoldina tomava as rédeas da política, só não conseguia conter os instintos do mulherengo príncipe.
De capa e espada
Anna (Isabelle Drummond) é uma personagem ficcional, mas representa tantas mulheres que não tiveram seus nomes marcados na história por puro preconceito. Uma jovem à frente do seu tempo, ela chegou a escrever um livro contando a trajetória da princesa Leopoldina até desembarcar no Brasil. Mas Anna não ficou apenas nas palavras, partiu para a ação em muitos momentos, com direito a luta de espada, fuga em meio à confusão que tomava as ruas da cidade e ideias ousadas para a época como o horror à escravidão dos negros. É uma pena que, mesmo com tanta coragem, ela ainda não tenha percebido que Thomas (Gabriel Braga Nunes) é responsável por tantas atrocidades, e que Joaquim é o homem certo para estar a seu lado.
VIVA A DIFERENÇA
No ar há 22 anos, Malhação segue, desde a primeira temporada, o mesmo clichê: menino conhece menina, os dois se apaixonam, enfrentam vilanias, mas terminam juntos e felizes. Nesse meio tempo, as jovens protagonistas sofreram muito – que o digam Fernanda Rodrigues, Priscila Fantin, Fernanda Vasconcellos, Sophie Charlotte, Bianca Bin e tantas outras atrizes que derramaram rios de lágrimas em suas respectivas temporadas.
Mas, agora, o jogo virou. Não há um casalzinho principal e, sim, cinco amigas, cada uma com o seu estilo e com a sua história de vida. Em comum, Tina (Ana Hikari), Lica (Manoela Aliperti), Keyla (Gabriela Medvedovski), Ellen (Heslaine Vieira) e Benê (Daphne Bozaski) têm o desejo de serem aceitas como são, sem rótulos. Afinal, como diz o título desta nova temporada, Viva a Diferença!
TÚNEL DO TEMPO
A reprise de Tieta (1989) no Canal Viva relembra a poderosa personagem vivida por Betty Faria. Vale a pena matar a saudade ou conhecer essa mulher arretada. Dona de si, Tieta não se preocupava com o que os outros iriam pensar de suas atitudes liberais.
A reprise de Senhora do Destino (2004) no Vale a Pena Ver de Novo traz de volta Maria do Carmo (Susana Vieira). Desde muito jovem, ela enfrentou o desafio de criar os filhos sozinha, com o agravante de ter a caçulinha roubada ainda bebê, e ainda virou enredo de escola de samba.