O irmão mais velho de uma família, muitas vezes, acaba tomando a frente das decisões da casa e sendo como um braço direito da mãe. Em Amor de Mãe, esta realidade está personificada na relação de Magno (Juliano Cazarré) e Lurdes (Regina Casé), laço que tem se fortalecido a cada capítulo da trama de Manuela Dias. Na novela das nove, os dois acabam se unindo muitas vezes para defender um ao outro e peitam situações embaraçosas.
Em entrevista a GaúchaZH, Cazarré aponta que os “dois, de certa forma, mataram alguém, sem querer”. Logo na estreia da novela das nove, Magno defendeu uma desconhecida de uma tentativa de estupro (e matou o estuprador), e Lurdes defendeu os filhos ao brigar com o marido alcoólatra que tinha vendido uma das crianças, Domenico.
— O que mais admiro é a cumplicidade que eles têm. A autora foi muito feliz em colocar como se os destinos deles estivessem paralelos. Os dois têm uma história parecida e eles têm um jeito reto de lidar com a vida. Quando aparece um desafio, uma dificuldade, eles vão pra cima do problema sem ficarem se fazendo de vítima e procurando um culpado. Eles vão lá e resolvem a situação — explica Cazarré.
Em cena, o ator gaúcho divide suas emoções com Regina Casé, que retorna à teledramaturgia após 18 anos. Ele garante que os dois se deram muito bem nos bastidores, desde o começo das filmagens de Amor de Mãe, que tem direção de José Luiz Villamarim.
— Um olha no olho do outro e escuta o outro. Desde o começo a gente tem uma sintonia muito legal e acredito que isso está transparecendo na tela. Muita gente está vendo como se fosse uma mãe e um filho de verdade, o que não é algo muito simples de conseguir e que acho que não há receita — acredita o ator.
Felicidade
Muito simples e batalhador, Magno vive vários dilemas em Amor de Mãe. Além de estar sempre ao lado da mãe, ele trabalha em um posto enquanto espera a sua mulher Leila (Arieta Corrêa) sair do coma. Nos corredores do hospital, Magno se aproxima da enfermeira Betina (Isis Valverde) e está engatando um romance com ela. Além disso, ele precisa cuidar da sua filha Brenda (Clara Galinari), que faz tratamento para uma doença autoimune que a obriga a fazer transfusões de sangue constantes.
Cazarré não pensa sobre o destino de Magno dentro da trama, “porque ninguém sabe o que passa na cabeça dos autores e, no fim das contas, são eles que vão decidir”. Apesar disso, ele assume ter um carinho por seu personagem:
— É um cara bom, trabalhador, honesto, foi corajoso ao defender uma pessoa que ele não conhecia. Então, estou torcendo pela felicidade do Magno.
Em relação ao personagem, ele aponta que os dois têm um amor muito grande pela família:
— Magno é muito honesto e eu também. Tenho um jeito meio gaúcho de lidar com a vida, que é esse jeitão de não ter meias- palavras, assim como o Magno que é muito sincero ao lidar com as coisas. O gaúcho é muito direto e nem sempre os demais brasileiros enxergam isso de forma positiva.