A humorista Zilda Cardoso, que interpretou a Dona Catifunda em programas como Escolinha do Professor Raimundo (Globo) e A Praça É Nossa (SBT), morreu nesta sexta-feira (20), aos 83 anos, em São Paulo.
Segundo o investigador Luiz Carlos Vegi, chamado para realizar a perícia, Zilda teve morte natural e não enfrentava problemas de saúde.
— Fumava três maços de cigarro por dia — comentou à reportagem. — Os familiares estão procurando um médico para atestar óbito — explicou.
Sem parentes próximos, Zilda morava sozinha em um apartamento e recebia a visita de uma cuidadora. Todos os dias, almoçava com as amigas e vizinhas em uma churrascaria na alameda Barros.
— Adorava comer frango — disse o garçom que a atendeu durante 10 anos.
Zilda também trabalhou na Praça da Alegria, Praça Brasil, A Praça É Nossa, Os Trapalhões e Escolinha do Professor Raimundo. Outro papel de destaque foi como Elza, na novela Meu Bem, Meu Mal, na Globo.
A comediante nasceu em São Paulo e estreou sua carreira artística na TV Paulista. Em Zilda 23 Polegadas, primeiro programa apresentado por ela na TV Paulista, que foi exibido entre 1962 e 1964, Zilda recebia outros humoristas e atrações musicais.
Em 1964, foi chamada por Manuel de Nóbrega para a Praça da Alegria, quando lançou sua personagem mais conhecida, Catifunda, uma moradora de rua debochada que fumava charuto e tinha um sotaque forte paulistano.
Zilda também participou de inúmeros filmes, como O Lamparina (1963), Meu Japão Brasileiro (1964), Golias Contra o Homem das Bolinhas (1969) e Se Meu Dólar Falasse (1970). A humorista ainda trabalhou em três novelas da Record: Quatro Homens Juntos (1965), Mãos ao Ar (1966), Meu Adorável Mendigo (1973).
No novo formato da Escolinha do Professor Raimundo, a comediante Dani Calabresa interpreta a Dona Catifunda, justamente sua personagem preferida na versão original do humorístico.
— Parece clichê, mas é um presente mesmo. É um sonho fazer parte da Escolinha, e ela era minha personagem preferida. Fiquei muito feliz, porque a assistia muito, brincava de imitar para os meus pais, porque a gente tem esse sotaque, esse 'R' puxado de italiano com caipira misturado. Faço com o maior carinho e respeito — disse Calabresa em entrevista para o Encontro, em 2018.