Criado em 1986 pelo escritor polonês Andrzej Sapkowski, o feiticeiro Geralt de Rívia saiu das páginas de livros de fantasia com a saga The Witcher para se tornar popular em histórias em quadrinhos, jogos de tabuleiro e videogames. Também foi adaptado para uma série de televisão, condensada em filme para o cinema lançado na Polônia, em 2001, ambos sem maior repercussão mundial.
The Witcher está de volta agora em uma superprodução com alcance global, que estreia nesta sexta-feira (20) na Netflix, com oito episódios, apresentando como protagonista Henry Cavill, 36 anos, conhecido por viver a mais recente encarnação do Super-Homem no cinema. Cavill foi recebido aos gritos pelos brasileiros no início deste mês, quando esteve em São Paulo, de surpresa, para participar da Comic Con Experience (CCXP 2019).
Em conversa com a imprensa, o ator disse que já era fã da sequência de livros que serviu de base para a série homônima, bem como de um dos games inspirados nela, The Witcher 3. A história gira em torno de Geralt, um dos últimos bruxos, e suas aventuras como um caçador de monstros solitário.
— Ele é essencialmente bom — disse Cavill sobre seu personagem, que ele caracteriza como “muito interessante”. — Todos são heróis nessa história. Foi muito fácil me transportar para esse lugar.
Inserido em um mundo de fantasia, especialmente por sua trajetória como o super-herói da DC, Cavill diz que foi um prazer participar da nova série:
— Não sei se fui eu que aceitei. Acho que eles que me aceitaram — brincou. Sou fã de The Witcher e tenho vivido na fantasia desde pequeno. Este é um sonho se tornando realidade.
Complexidade
The Witcher tem cenários em diferentes locais da Europa, especialmente em Budapeste, na Hungria. Um segundo ano da série já está confirmado para 2021, também com oito episódios.
No primeiro conto de Sapkowski, Geralt de Rívia é um dos últimos bruxos do mundo, e transita entre diferentes camadas da sociedade na era medieval. Ele é visto em vilas atormentadas por monstros, capturando-os e trazendo calmaria a camponeses, e também atua em serviços para a realeza, como narrado nos contos O Bruxo e Uma Questão de Preço. Este último mostra o protagonista adotando a aprendiz de feitiçaria Ciri (vivida por Freya Allan) — muito popular nos games — e a origem do maligno Emhyr var Emreis, imperador de Nilfgaard.
— Geralt não é um personagem simples, porque ele tem a natureza de uma pessoa carinhosa, mas o mundo o acabou corrompendo. Ou seja, ele é tudo que um cavaleiro nobre deveria ser, mas é tratado como vilão por onde passa — explicou Cavill.
Essa complexidade também estará visível no relacionamento do bruxo com Yennefer (Anya Chalotra), a feiticeira que faz seu par romântico.
— O verdadeiro poder dele é a capacidade de amar, ele vai muito além da capacidade de um matador de monstros. Geralt se esforça para ajudar as pessoas — disse Cavill.