O ator argentino Juan Darthés foi denunciado por estupro pela atriz Thelma Fardín, sua ex-colega de trabalho na novela infantojuvenil Patito Feo. A violência sexual teria ocorrido quando Thelma tinha 16 anos e o ator, 45, durante uma turnê da novela pela Nicarágua, em 2009. Outras seis artistas também acusaram Juan de se aproveitar de momentos românticos nas produções para cometer abusos.
No último domingo (17), o programa Fantástico divulgou uma reportagem sobre o caso. Confira o vídeo na íntegra aqui.
– Ele (Juan) tinha 45 anos. Uma noite começou a beijar meu pescoço, eu disse não. Ele agarrou a minha mão, me forçou a tocá-lo e disse: "Olha como você me deixa". Ele me jogou na cama, arrancou meu short... Eu continuava dizendo que não. Falei: "Os seus filhos tem a minha idade". Mas não importou. Ele subiu em cima de mim – detalhou Thelma.
Dez anos após a violência, a atriz retornou à Nicarágua para oficializar a denúncia. A primeira atriz a tornar público o assunto foi Calu Rivero, em 2017. Juan entrou na Justiça contra Calu por calúnia e difamação. Porém, nunca compareceu às audiências. As denúncias movimentaram protestos do #MeToo na Argentina.
Em entrevista ao canal argentino A24, Juan negou as acusações e disse que iria para a Nicarágua provar sua inocência. No entanto, ele, que nasceu em São Paulo e tem pais argentinos, optou por buscar refúgio no Brasil. Em dezembro do ano passado, quando Juan chegou ao país, atrizes brasileiras, entre elas Alinne Moraes, Bruna Linzmeyer, Paula Braun e Nathalia Dill, compartilharam protestos nas redes sociais contra ele.
Na última quinta-feira (14), a Interpol disparou o alerta vermelho conta o ator após a Justiça da Nicarágua emitir o pedido de prisão.
– No Brasil ele acha que está protegido, que não pode ser extraditado porque é cidadão brasileiro. O que a gente precisa é que o Brasil coopere — disse a advogada das atrizes, Sabrina Cartabia, ao Fantástico. Por ter nascido no Brasil, Juan, que legalmente é um cidadão argentino, não pode ser preso no país até que o Supremo Tribunal Federal (STF) faça o pedido de prisão preventiva.