— O personagem que eu mais gosto é o Darth Vader, ele é muito estiloso — conta Israel Lopes, 11 anos, estudante da sexta série e fã de Star Wars desde que nasceu.
Neste sábado (24), ele foi até o Star Wars Day, promovido pelo Conselho Jedi do Rio Grande do Sul (CJRS), acompanhado do pai, Márcio Lopes, 52. E o servidor público, todo orgulhoso, já tratou de mostrar as várias fotos dos brinquedos que Israel mesmo faz inspirados na franquia criada por George Lucas.
E, para pai e filho, as celebrações em homenagem à saga — que ficou conhecida no Brasil com o nome de Guerra nas Estrelas — deveriam ocorrer com mais frequência. Ambos lembram das famosas JediCons, realizadas pelo CJRS, que tiveram edições grandiosas, como na Casa de Cultura Mario Quintana e na Usina do Gasômetro.
— Este tipo de evento está faltando hoje em dia. Eles são importantes para incentivar às pessoas que amam Star Wars a continuarem neste universo. No cinema, hoje em dia, está fraco, então precisamos nos reunir mais — pede o empolgado pai de Israel.
E, de fato, as JediCons não estão acontecendo. A última foi em 2019 e, depois dela, ocorreu a pandemia de covid-19, o que inviabilizou novas edições. Este ano, um retorno estava se desenhando, mas foi atrapalhado pela enchente — que, inclusive, prejudicou a celebração do Star Wars Day, previsto para ocorrer, inicialmente, em 4 de maio, data oficial de comemoração à franquia.
— Este ano acho difícil a gente conseguir fazer uma JediCon, porque a enchente atrapalhou tudo. Queremos tentar no ano que vem, mas precisamos de um espaço grande, que comporte as 5 mil pessoas que circulam nos dois dias de evento — projeta Fabiano Bonfiglio, 45, presidente do CJRS.
Já o evento destinado a cultuar a saga que ocorreu neste sábado foi no Sola Craft Bar (Rua São Carlos, 725 - Loja 2), no bairro Floresta, no Quarto Distrito, na Capital. E, em suas primeiras horas, contou com uma circulação de mais de 50 pessoas, que tomaram chope, conversaram sobre o universo de Guerra nas Estrelas, participaram de quizzes, enigmas, ganharam brindes, passaram na lojinha e ainda tiraram fotos com os cosplayers.
Parceria e dedicação
Mesmo meio encarangados, visto que as temperaturas na tarde deste sábado, no Quarto Distrito, ficaram em torno dos 13ºC, o casal Marcelo Carniel, 47, engenheiro elétrico, e Fabiana Lucchesi, 48, administradora, estava empolgado com o evento — ele, mais do que ela.
— Eu venho mais por ele — diz Fabiana, aos risos.
— Estar aqui hoje é importante para marcar a retomada dos eventos do Conselho Jedi. Sinto muita falta, principalmente das pré-estreias dos filmes. Sou fã desde os anos 1980. E a saga fala sobre relações humanas. E a mensagem é um amor passado de geração em geração. Tem muita gente nova que curte e até faz cosplay — avalia Carniel.
Um destes entusiastas é Thomas Marques, 29, designer de produção, bombeiro e, neste sábado, também Darth Vader. O jovem conheceu o Conselho Jedi RS em 2015, em uma pré-estreia de Star Wars: O Despertar da Força. E, desde então, decidiu ser cosplayer. O seu principal personagem foi Kylo Ren, a quem dedicou muito tempo — e também dinheiro — para ficar o mais parecido possível na questão da caracterização.
Já a fantasia de Darth Vader foi uma aquisição do próprio CJRS, a fim de garantir que, em todos os eventos, o personagem mais marcante da saga esteja presente. É uma atenção dada pelos organizadores da iniciativa para agradar aos fãs, que são o motor da franquia e tudo o que ele representa
— Eu, desde o começo, quis fazer parte do Conselho Jedi para ajudar, para construir essa celebração a Star Wars. E, para isso, tem que querer fazer. Tem que sempre chegar mais cedo e ir embora mais tarde. Precisa de muita dedicação — enfatiza Marques, enquanto empunha o seu sabre de luz.