Quase 20 anos se passaram desde que Juliana Didone protagonizou Malhação, mas até hoje há quem lembre dela como Letícia, que era chamada de "Miss Gari" pelos vilões da novelinha. O reconhecimento do público não é à toa, afinal, a temporada de 2004 foi uma das mais bem-sucedidas da atração, que saiu do ar no ano passado e marcou a carreira da gaúcha. Atualmente, Ju concilia trabalhos no streaming, prepara-se para voltar ao teatro e vive seu melhor papel: o de mãe da pequena Liz, quatro anos. A maternidade ampliou os horizontes da atriz, que conta à seção Cadê Tu? o que tem feito e quais são seus planos para o futuro. Confira!
Como tem sido a retomada do trabalho, depois desse hiato da pandemia? Conte um pouco sobre seus novos e futuros projetos.
Eu filmei a segunda temporada da série Bom dia, Verônica na pandemia, respeitando todos os protocolos de segurança, a gente fazia teste um dia sim, um dia não. Foi bem trabalhoso e mais lento todo o processo. Mas, apesar das dificuldades, tinha uma alegria muito forte entre as pessoas, todo mundo feliz em estar de volta produzindo. Já era hora! E em 2023, vou estrear o monólogo 60 Dias de Neblina, de Rafaela Carvalho, sobre maternidade. É um texto para mães, pais, avós, que vai fazer refletir com humor sobre esse universo tão complexo. Quero muito passar por Porto Alegre com a turnê do espetáculo! Quem sabe?!
Malhação saiu do ar, mas deixou um legado importante na televisão brasileira. Qual foi a importância na sua carreira ao protagonizar uma temporada? Até hoje as pessoas lembram de você como Letícia?
Lembram e eu tenho o maior carinho por esse reconhecimento, porque foi uma personagem que me deu muita experiência e visibilidade. Eu amava fazer a Letícia, aliás, todos os atores eram apaixonados por contar aquela história e isso transbordou para o público.
Como foi sua participação em Bom Dia, Verônica, com essa abordagem de temas tão fortes e atuais como assédio e fanatismo religioso?
Eu amei poder fazer parte dessa trama tão relevante e necessária. É preciso expor essas atrocidades e a ficção é uma maneira de jogar luz sobre a imundice humana. Porque esses homens nojentos, pervertidos e psicopatas estão em todos os lugares, e tocar nessa ferida é levar informação para as pessoas, a ponto de atingir quem está sofrendo de abuso e, às vezes, não compreende ou não consegue agir, dando um basta na situação. Eu acho que a série quer encorajar as mulheres a saírem de uma situação de violência, a pedir imediatamente ajuda. A gente tem de estar olhando umas pelas outras e intervir, sim, quando acharmos necessário!
Como é a Juliana mãe? Na sua experiência, o que foi mais desafiador?
Eu sou aquela que observa muito, tenta coisas e vai mudando se não funcionar. Acho que já me frustrei tanto em tentar colocar horários, rituais, ordem, regras, que não me parecia saudável nem comigo nem com a Liz. Então, eu deixo em aberto tudo um pouco. Se não funcionar, muda, sem sofrer. Mudo de opinião, de conduta, de hábitos. Me permito muito ouvir e deixar minha filha expor seus desejos, ainda que sejam contrários aos meus. Aí, a gente vai negociando. Já passei por vários desafios, desde o nascimento, que não foi fácil, a amamentação também não… são desafios diários, alguns mais fáceis de superar, outros não. Mas talvez o maior desafio seja eu não surtar com os desafios mais complexos que aparecem no caminho. Eu sempre digo para mim, quando estou muito perdida com alguma questão: "Calma, Juliana! Isso parece enorme, mas daqui um mês já vai estar resolvido. Não se desespere". E aí, ligo para alguém. Amigos são extremamente necessários quando a vida materna fica pesada demais.
Quais são as melhores lembranças que tem de Porto Alegre? Costuma voltar ao Estado com frequência?
Passear no parque da Redenção, meu preferido. Depois, uma boa carne no Barranco com maionese e uma volta no Mercado Público para comprar queijo colonial e trazer para a minha casa, no Rio. Esse é meu programa quando estou aí e o que mais sinto saudade.
Quais hábitos gaúchos levou para outros lugares e mantém como tradições até hoje?
O churrasco de domingo e o velho e bom chimarrão, sentada no sofá com minha família.