O clima é de desconfiança na corte de Viserys. No quarto episódio de House of the Dragon, que foi ao ar na noite de domingo (11) no canal HBO e está disponível na HBO Max, a sucessão ao rei ganhou novos contornos após Rhaenyra encarar seus deveres como herdeira. Afinal, para manter o poder, ela deve assumir responsabilidades.
ATENÇÃO: O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS.
Uma delas é se casar. Como filha do rei, a princesa deve encontrar um lorde para firmar uma aliança — algo que ela não está nem um pouco a fim de fazer. Na apatia de sempre, a herdeira começa o episódio sentada em um trono, analisando uma fila de lordes que se apresentam a ela e tentam vender suas linhagens como as mais "vantajosas" ao reino.
O problema é que a princesa busca mais do que um acordo político e os pretendentes também não se ajudam. Em uma demonstração de masculinidade frágil, dois lordes lutam até a morte porque um deles prometeu "proteger" a futura rainha. Entediada, Rhaenyra deixa o trono e decide voltar a Porto Real.
No caminho, o barco em que ela está é golpeado por um dragão. Quem monta é seu tio, Daemon, e a fascinação da princesa ao vê-lo de volta à cidade já dá uma pista do que está por vir nas cenas seguintes.
Volta o cão arrependido
Após se rebelar contra o irmão, Daemon está de volta à capital de Westeros com o cabelo cortado e o rabo entre as pernas. Coroado rei da região dos Degraus depois de derrotar o Engorda Carangueijos no episódio anterior, ele não encontra Viserys para desafiá-lo e, sim, para se ajoelhar diante dele:
— Sei que há apenas um verdadeiro rei, majestade — diz, sob os olhares desconfiados de Otto Hightower, a Mão do Rei.
Daemon é acolhido na corte e, mais tarde, conversa com Rhaenyra sobre como a vida na realeza é diferente para homens e mulheres. Para o príncipe, o casamento é simplesmente um "arranjo político" que não dita sua vida fora do castelo. Isso pode ser verdade para os homens, retruca a princesa, mas para as mulheres o casamento é uma "sentença de morte".
— Minha mãe vivia para produzir herdeiros até que isso a matou — lembrou Rhaenyra, sobre os acontecimentos do primeiro episódio.
Daemon responde desafiando a sobrinha: a vida é trágica e, se ela viver com medo, perderá os melhores momentos, o que deixa Rhaenyra pensativa.
Escapada real
Ao chegar em seu quarto, a princesa encontra um saco com roupas de plebeu e um mapa feito à mão. Ao segui-lo, ela encontra uma passagem secreta para fora do castelo, onde se reúne com o tio, também disfarçado. Os dois então saem em uma aventura pelos becos de Porto Real.
Mas o passeio em família não é coincidência. Primeiro, Daemon leva a sobrinha para assistir a uma peça teatral que satiriza a dinastia Targaryen — e revela a Rhaenyra o quanto seus súditos preferem ser governados por seu meio-irmão, Aegon (que tem apenas três anos) a ela, pelo simples fato de ele ser menino.
Depois, o irmão do rei decide levar a princesa para conhecer um bordel. Ele a encoraja a não relacionar o ato sexual a um dever.
— O sexo é um prazer para mulheres e homens — diz ele, aproximando-se de Rhaenyra.
Os dois se beijam, mas o incesto acaba não consumado. Daemon se retira antes que eles façam sexo, deixando Rhaenyra sozinha e cheia de vontade. Ela então volta ao castelo (no caminho, é avistada por uma criança) e decide se satisfazer com quem está à disposição: Sor Criston Cole.
Porém, de manhã, as consequências vêm. Otto Hightower recebe a informação de que tio e sobrinha foram vistos no bordel — e também descobrimos que Mysaria, a amante de Daemon, coordena um grupo de crianças "sussurrantes". Ele corre e avisa o rei que sua filha está envolvida em "comportamentos impróprios" com seu irmão.
Quem ouve a conversa é Alicent, que decide confrontar a amiga e enteada. Com a maior cara de pau, Rhaenyra jura pela memória de sua mãe que Daemon nunca a tocou e que permanecia pura como uma donzela. Inocentemente, a rainha acredita.
Viserys, por outro lado, fica sabendo de outra versão da história. De ressaca da noitada anterior, Daemon é arrastado até a sala do trono, onde é acusado pelo irmão de ter "profanado" e "arruinado" a pureza da princesa. Ele não nega, mas logo revela suas verdadeiras intenções:
— Case-a comigo. Eu a aceito como está e me caso com ela nas tradições de nossa casa — propõe, lembrando que relações incestuosas não são incomuns entre os Targaryen. — Traremos a Casa do Dragão de volta à sua devida glória.
Viserys, porém, não quer saber. Sentindo-se mais uma vez traído, ele chuta o irmão no chão e o manda embora da cidade.
Poderes e deveres
O rei decide ter uma conversa a filha. Ele lembra ela de que as responsabilidades de um líder se sobressaem a suas vontades. Portanto, está na hora de Rhaenyra se casar. Viserys sugere o nome de Laenor Velaryon, com quem uma união resolveria a rusga com seu pai, Corlys, a Serpente do Mar.
— Eu posso ser um remédio para suas dores de cabeça políticas — diz Rhaenyra.
— Você é minha dor de cabeça política! — responde o rei.
Mas a princesa tem uma condição para aceitar o matrimônio. Otto Hightower, ela acredita, está tentando sabotá-la porque quer que seu neto assuma o trono. A herdeira também sugere que, por trás do "consolo" de Alicent ao rei depois que a rainha Aemma morreu, podem estar interesses da Mão do Rei.
Mudanças na corte
Viserys, que já suspeitava das motivações de seu conselheiro, escuta a herdeira. Ele chama Otto para uma reunião e o demite com uma justificativa que nem parece vinda de uma série de fantasia:
— Seus interesses não estão mais alinhados com os do reino.
Mas o rei não é bobo nem nada. Na última cena do episódio, ele envia para Rhaenyra uma xícara de chá para evitar quaisquer "consequências indesejadas".