O Museu Julio de Castilhos (MJC), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), agregou ao seu acervo um total de 120 peças que pertenceram a Borges de Medeiros. Os itens, doados pela família do político — mais especificamente, pela bisneta Dejanira Luderitz Saldanha —, agora estão sendo catalogadas e higienizadas.
A vasta coleção conta com cortador de charutos, mata-borrão, matriz de carimbo de cera, abridores de cartas, pratos, travessas e taças personalizadas com as iniciais do político, castiçais, 36 chaves de portas, freio, estribo, dentre outras peças e mobílias da fazenda de Borges de Medeiros, localizada entre Cachoeira do Sul e Caçapava do Sul.
Segundo a museóloga e diretora do museu, Doris Couto, as peças são bem particulares e eram de uso efetivo do político que, em 1898, tornou-se presidente do Rio Grande do Sul, cargo equivalente ao de governador na República Velha, deixando o poder em 1908 — ele voltou cinco anos depois, em 1913, e ficou no cargo até 1928. As doações somam-se aos poucos itens relacionados a Borges de Medeiros que estavam no catálogo da instituição, como um relógio de bolso.
Após a catalogação, as mais de cem peças serão submetidas à Comissão Especial de Gestão de Acervo, a quem compete analisar a incorporação dos itens às coleções da instituição, convertendo a doação provisória em doação definitiva.
— Essa doação se reveste de grande importância para a gente poder saber mais dos hábitos familiares desta figura histórica. É um pequeno mosaico dessa vida privada que nos permite nos aproximar um pouco mais e conhecer o homem além da política — conta Doris, que ressalta que os itens ainda ajudarão a remontar os costumes dos gaúchos no século 19.
Vale destacar que os itens não devem ser disponibilizados para visitação em 2022, uma vez que o MJC passará por um processo de restauro. No entanto, Doris espera que, quando o museu retornar às suas plenas atividades, depois das obras, as peças já estejam em exibição ao público.