O governo federal exonerou Sérgio Camargo da presidência da Fundação Palmares. O nome do substituto ainda não foi informado. A exoneração foi publicada na edição desta quinta-feira (31) do Diário Oficial da União (DOU), assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Assim como o ator Mario Frias, exonerado também nesta quinta da Secretaria Especial da Cultura, Camargo filiou-se ao PL, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro. "Todos que disputarão as eleições estão deixando hoje o governo. Eu sairei candidato a deputado federal por São Paulo. Estou filiado ao PL, partido do nosso PR", escreveu ele no Instagram nesta manhã.
Camargo estava no cargo desde o final de 2019. Logo após ser escolhido, foi alvo de protestos e de um pedido de afastamento por ter se referido ao movimento negro como "escória maldita" e "vagabundos" em uma reunião privada. A nomeação foi liberada pelo Superior Tribunal de Justiça em fevereiro de 2020.
Ao longo do período em que esteve à frente da Fundação Palmares, Camargo se envolveu em diversas polêmicas, incluindo o anúncio de doação de acervo. Nas últimas semanas, assessores de Bolsonaro vinham defendendo a demissão do chefe da Fundação Palmares pensando nas eleições deste ano.
Para muitos aliados, ele "passou dos limites" ao classificar o congolês Moïse Kabagambe, assassinado no Rio de Janeiro, de "vagabundo morto por vagabundos mais fortes". Na ocasião, ele também foi criticado pelo ministro Gilmar Mendes, que disse que ele precisava ser contido no seu comportamento discriminatório.
A Fundação Cultural Palmares é de federação brasileira e, através da Lei nº 7668, serve para a preservação e promoção de valores culturais e sociais de negros e afro-brasileiros no país.