Artistas do cenário musical de Porto Alegre estão se mobilizando em prol da retomada da construção do Galpão Cultural Casa de Hip Hop, no Morro da Cruz. A obra está parada desde o fim de 2018 por falta de recursos. Por isso, o grupo criou um financiamento coletivo para que mais pessoas apoiem a causa e possam colaborar.
O projeto é liderado pela rapper gaúcha Negra Jaque e pelo irmão dela, o artista de grafite Geovane Trindade Pereira, conhecido como Getri. A ideia de construir o Galpão surgiu a partir do Sábado Cultural, evento de cultura e arte com oficinas e mostras culturais, entre outras atividades, que já teve 10 edições no Morro da Cruz.
Jaqueline Trindade Pereira, a Negra Jaque, é formada em Pedagogia e, além da sua carreira no rap, ministra oficinas e palestras, direcionadas ao público adulto, juvenil e infantil, com temáticas que envolvem o hip hop, a luta feminista e o movimento negro.
Artistas como Bibiana Petek, Negro Moura, Jesus Irajá, Kleber Dorinho, Adriano Trindade, Fubu, Seguidor F, Marck B, Guaíra Soares, Renata Pires, Xannd Sy, Mamau Castro, Jeferson Fidelix Terminal 470, Índaia Dilemburgo, Edezio Paz Ferreira estão engajados na causa e produzindo vídeos de divulgação da vaquinha online. Além de Nani Dutra, produtora que está ajudando a viabilizar o projeto.
– A retomada e a conclusão da obra vão possibilitar que a gente dê continuidade às atividades culturais que já vinham sendo realizadas na comunidade. Sou artista e ativista da cultura hip hop, e partilho esse legado de cidadania e arte. A gente aqui no Morro da Cruz está construindo esse espaço de cultura que vai promover e realizar atividades comunitárias para crianças, jovens e adultos, para os moradores da região, celebrando a cultura hip hop. Contamos com a ajuda de todos que puderem contribuir – explica Negra Jaque.
Ela explica que a casa vai oferecer atividades diárias com oficinas diversas, projetos musicais e audiovisuais, biblioteca, cine debate, espaço para ensaios artísticos, sala de cinema comunitária, entre outras ações que já são desenvolvidas na comunidade, como o Sábado Cultural, o sarau e outros. Incluindo também novos projetos que venham somar a este espaço de arte, cultura e pertencimento.
Projeto surgiu em família
A construção do Galpão começou em 2015, depois que os pais da rapper, Maria Aparecida Trindade Pereira e Luis Carlos Gonçalves Pereira, doaram o terreno. O próprio pai de Jaque ajudou a construir e organizar o material que chegava. Algumas associações, comércios e artistas como o Bar Agulha, o Bar Venezianos, a Associação Alvo Cultural e a Associação Comunitária da Vila São Miguel (Acovismi) também contribuíram. Porém, com o falecimento da mãe da artista em 2018 e, no ano seguinte, do pai, a obra ficou parada, não só pelo luto, mas também pela falta de recursos para continuar.
Para concluir o projeto, são necessários R$ 5 mil, que Negra Jaque e a comunidade da região esperam conseguir com doações. Para ajudar, basta acessar apoia.se/galpaoculturalchh.