Até 2016, a história do Atitude 67 era bem semelhante a de grupos que ralam pelo país afora. Até aquele ano, os seis amigos de infância eram caras conhecidas no pagode de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde fundaram a banda, em 2003. Em 2016, os músicos se mudaram para a principal cidade do país, São Paulo, e passaram a tocar em bares da Vila Madalena, bairro boêmio da capital paulista, conhecido por promover rodas de samba e shows de pagode com alguns dos principais nomes dos gêneros.
Em outubro do ano seguinte, lançaram aquela que viria a ser o grande hit da banda, Cerveja de Garrafa, hoje, com mais de 170 milhões de visualizações no YouTube. E chamaram a atenção de Thiaguinho, um dos principais nomes do samba no país, que virou uma espécie de padrinho da turma.
Mudança de patamar
O resultado disso? Em cerca de dois anos e meio, emplacaram outros hits, como Saideira e Tão Linda, participaram de programas de TV, como Encontro com Fátima Bernardes, e fizeram shows em alguns dos principais festivais de música do país, como o Planeta Atlântida, em 2019.
Agora, consolidados no cenário nacional, eles lançam mais uma etapa do projeto Label 67, um DVD gravado em 2019, que ainda não foi lançado, mas que está sendo divulgado em etapas, para dar um gostinho aos fãs do que vem por aí, já que todo o álbum será lançado em 2020. Nesta fase, batizada de Luau em Casa, os pagodeiros apresentam ao público a fase mais intimista do trabalho, adequada ao momento, segundo eles. O projeto tem quatro canções, sendo três releituras, como 8 Segundos, e uma inédita, Hot Rolo.
- Tivemos a ideia de fazer diferentes versões deste disco em climas distintos. Para este trabalho, selecionamos as músicas mais calmas e intimistas. E esse lançamento chega em uma boa hora, para que as pessoas possam aproveitar esse momento, em que são obrigadas a ficar em casa de maneira mais reflexiva. E, com certeza, essa é a parte mais romântica deste trabalho - afirma o vocalista Pedro Pimenta, o Pedrinho, que completa:
- A galera vai ter um produto novo para ouvir em casa. Ficamos felizes em ajudar de alguma maneira.
Em casa, a produção não para
Éric Polizér (violão e vocal), destaca que os trabalhos anteriores mostram o quanto os pagodeiros podem transitar por vários ritmos:
- Quem nos acompanha mais de perto já notou que somos uma banda muito eclética. Curtimos fazer vários tipos de sons e temos como referência musical artistas muito distintos. Justamente por isso, nossas composições flutuam por diversos estilos musicais, desde o rap, reggae, samba, ao pop romântico.
Em tempos de quarentena, por conta da pandemia de coronavírus, os músicos estão em isolamento, claro. Mas, para a sorte deles, ainda mais unidos, pois os seis pagodeiros moram juntos, em uma casa, em São Paulo. No confinamento, estão saindo diversas músicas para os próximos trabalhos.
- Temos essa sorte: sei que muita gente está sozinha em casa, e nós estamos juntos, os seis. Agora que tivemos essa pausa, estamos aproveitando. Nasceram muitas coisas boas. Daqui a pouco, teremos um disco só desse momento - afirma Pedro.