O jurista, diplomata e escritor membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) Affonso Arinos de Mello Franco morreu neste domingo (15), aos 89 anos. A família disse à ABL que a morte ocorreu em decorrência de problemas respiratórios.
Ele era o sexto ocupante da cadeira 17 da Academia, eleito em 1999, na sucessão de Antonio Houaiss e recebido pelo acadêmico José Sarney. Foi o responsável por receber o acadêmico José Murilo de Carvalho.
Arinos nasceu em 1930, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Filho do também conceituado jurista Affonso Arinos de Mello Franco e de Anna Guilhermina Pereira de Mello Franco, ele seguiu os passos do pai, tornando-se bacharel em Ciências Jurídicas.
Após, fez uma série de especializações para se capacitar a seguir a carreira de diplomata, que iniciou em 1952, como cônsul de terceira classe. Em Nova York, participou da Divisão de Questões Jurídicas do Departamento Jurídico das Nações Unidas. Além disso, atuou em países como Venezuela, Bolívia e Holanda.
No exterior, ainda contribuiu com a divulgação da cultura brasileira. Atuou no jornalismo como colaborador de diversos periódicos do país, como a extinta revista Manchete, o Jornal do Brasil e Tribuna da Imprensa. Além disso, também foi comentarista na TV Manchete e escreveu artigos para veículos de imprensa como a revista Época e o jornal Correio Brasiliense.
Fora do campo literário ainda teve atuações como político como político, tendo sido deputado estadual na Assembléia Constituinte e Legislativa do Estado da Guanabara. De 1964 a 1966, foi deputado federal pelo Estado da Guanabara. Entre 1964 e 1965, foi professor de Civilização Contemporânea no Departamento de Jornalismo do Instituto Central de Letras da Universidade de Brasília.
Arinos publicou 13 livros, entre eles Introdução ao Brasil Holandês (1995), Pelo Serão: Histórias e Paisagens (2006) e Tramonto (2013). Ele se dizia um memorialista e, ao longo de sua carreira literária, tornou-se amigo próximo de grandes nomes da cultura popular brasileira, como o poeta e compositor Vinicius de Moraes e o poeta e diplomata João Cabral de Melo Neto.
Ele deixa cinco filhos, 11 netos e um bisneto.