O presidente Jair Bolsonaro disse que não vai assinar agora o Prêmio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa, pois "não quer deixar Chico Buarque triste". O presidente foi ao estádio do Pacaembu na noite deste sábado (12) para acompanhar a partida entre Palmeiras e Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro, e conversou brevemente com jornalistas no local.
Ao ser questionado se estaria repensando o caso do compositor, cantor e escritor carioca, o presidente afirmou que "ele já falou que a minha não assinatura é prêmio, então ele está premiado duas vezes". Depois, ao ser perguntado se não vai assinar de jeito algum, Bolsonaro repetiu que Chico já disse que a sua não assinatura é um prêmio e completou:
— Eu não quero deixá-lo triste assinando agora.
O Prêmio Camões tem valor total de 100 mil euros (em torno de R$ 447,3 mil), dividido entre Portugal e Brasil. A parcela da condecoração que cabia ao governo brasileiro já foi depositada em junho. O diploma, no entanto, ainda não foi assinado por Bolsonaro — a premiação foi anunciada em maio.
Chico é crítico de Bolsonaro e apoiou a campanha do petista Fernando Haddad na eleição presidencial do ano passado. Na semana passada, o musico visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e defendeu a sua liberdade.