O Hospital São Tomé Apóstolo, onde se passa a série Sob Pressão, mais uma vez vai sofrer com a interferência da milícia na sua rotina. Desta vez, Aristeu (César Ferrario), o chefe dos milicianos, vai invadir a unidade e render a médica Carolina (Marjorie Estiano) para que ela o atenda.
A polícia descobre que o criminoso está ali, então uma intensa troca de tiros se inicia nos corredores lotados do hospital, colocando a vida de funcionários e pacientes em risco. Com a partida da Seleção Brasileira nesta quinta (27), a RBS TV vai exibir episódio duplo nesta quarta-feira (26), um dos mais aguardados desta terceira e última temporada do programa.
A intensa troca de tiros começa quando Evandro (Julio Andrade) decide aceitar uma ajuda da milícia para salvar a vida de uma paciente. Em uma festa junina promovida por Aristeu (Cesar Ferrario), Roney (João Victor Silva) incentiva a namorada Carminha (Taina Medina) a pular a fogueira, mas ela tropeça e cai, queimando 35% do corpo.
Ela é levada ao hospital, e requer um equipamento para realizar uma broncoscopia para aspirar a secreção dos pulmões. O chefe da milícia consegue o material necessário, mas avisa: "Um dia, eu vou precisar da sua ajuda também". O alerta vale ainda para os médicos do São Tomé, que preparam um mutirão de atendimento aos moradores da comunidade e não imaginam que a cobrança vai chegar muito rápido.
Filmado inteiro em plano sequência (tomada única), o capítulo tem apenas dois cortes e contou com uma novidade: o ator Julio Andrade, que dá vida ao protagonista Evandro, é o responsável pela direção em parceria com Andrucha Waddington, diretor artístico da série.
– Esse episódio foi um desafio para toda a equipe, porque a gente teve três planos sequências enormes, com muita gente, muitos efeitos especiais. Foi muito difícil, foi uma adrenalina, acho que uma das maiores que eu já vivi dentro da dramaturgia – disse Andrade.
Waddington conta que, para cada plano filmado, foram necessárias seis, sete horas de ensaio:
– Ele [o Julio] dirigiu de dentro da cena e eu, de fora. Foi uma dobradinha superbacana".
O convite para Andrade trabalhar também como diretor partiu do próprio Waddington ao ver o interesse que o ator tinha pela função:
– Quando ele não estava gravando, tinha muita curiosidade, estava sempre interessado em ver e acompanhar. Então, fizemos o convite e ele ficou muito feliz.
O diretor também contou que Andrade é muito diferente nas duas funções. Enquanto como ator, ele é mais intuitivo, como diretor, é mais estudioso.
– Anota tudo no caderninho – disse Waddington.
Além desse episódio em plano sequência, o ator foi responsável também pela direção do nono capítulo da terceira temporada, que foi exibido no último dia 20. Andrade contou que seu desejo de dirigir era antigo.
– O meu pai alugava câmeras em festividades, como Natal, e eu pegava o equipamento e fazia imagens da família. Revendo essas imagens, cheguei a conclusão de que eu já tinha essa coisa de querer dirigir muito antes do que eu imaginava, só que nunca forcei a barra – afirmou Andrade.
Para ele, a experiência atrás das câmeras foi maravilhosa. Agora quer dar continuidade ao trabalho.
– Pretendo dirigir, sim, e estudar para aprimorar essa outra faceta – revelou o ator.
Sobre a série, Andrade contou que tem um misto de orgulho e tristeza, já que a atração retrata situações precárias da saúde pública que, muitas vezes, são parte da vida real das pessoas.
– Mas por outro lado, eu penso: alguém tem que fazer isso. E que bom que eu como artista posso contribuir para que as pessoas saibam da realidade, tenham acesso ao que acontece – afirmou.