Uma vistoria realizada nesta quarta-feira (6) pela equipe técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) à Casa do Imigrante foi acompanhada pela secretária estadual da Cultura, Beatriz Araújo. O imóvel, localizado em São Leopoldo, teve a estrutura comprometida após parte do telhado e de uma das paredes desabarem nesta terça. Ninguém ficou ferido no incidente.
– O que se percebe é um problema de manutenção deste prédio histórico, que, infelizmente, não se resume à Casa do Imigrante, mas a vários patrimônios culturais – reconhece Beatriz.
Durante a visita, a secretária garantiu que o governo do Estado fará o acompanhamento dos trabalhos para reconstruir o local:
– Temos de pensar em um projeto a longo prazo, que seja duradouro e atraia investimentos da iniciativa privada.
Erguido em 1788, o espaço acolheu os primeiros imigrantes alemães que chegaram ao Brasil em 1824. Desde 1982, a Casa do Imigrante, também conhecida como Casa da Velha Feitoria, é considerada patrimônio histórico do Rio Grande do Sul.
De acordo com o diretor de Memória e Patrimônio do Estado, Eduardo Hahn, mesmo com as avarias, ainda existe possibilidade de recuperação do imóvel.
– Mas para a gente conseguir recuperar, precisamos cumprir uma série de etapas. A primeira é a proteção do remanescente, tirar todos os objetos com valor histórico e que poderão ser reaproveitados, escorar tudo o que for necessário para garantir que esse processo de degradação não continue – destaca, ao frisar a necessidade de uma cobertura provisória.
– Em caráter emergencial, para evitar que as chuvas não danifiquem esses remanescentes. Depois que tudo isso estiver feito, podemos partir para um novo projeto de restauro.
Só após esses passos, será possível ir atrás de recursos para executar o projeto observa Hahn. O diretor do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, entidade que administra a Casa do Imigrante, Cássio Tagliari, informou que a empresa contratada para colocar as escoras deve começar os trabalhos nesta semana.
– O que já tínhamos contratado, vamos manter. Depois dessa ação emergencial, vamos discutir com o IPHAE o que mais precisa ser feito – explica Tagliari, informando, ainda, irá convocar técnicos para contabilizar as perdas, mas que isso ainda não tem prazo para ocorrer.
Conforme o secretário de Cultura de São Leopoldo, Pedro Vasconcellos, uma comissão será formada pela prefeitura, em conjunto com o governo estadual e a administração do Museu, para monitorar a situação.