Escolhido para comandar o Ministério da Cidadania – que vai contemplar as funções das atuais pastas de Desenvolvimento Social, Cultura e Esporte – no governo de Jair Bolsonaro, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) concedeu entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quinta-feira (29). Quando questionado sobre as leis de incentivo à cultura, Terra defendeu um pente fino na Rouanet:
– Precisa de uma auditoria. Tem que fazer um pente fino para ver como é que foi gasto esse dinheiro esses anos todos. Teve artistas famosos, que nem precisavam de Rouanet, que só o nome deles já daria uma grande bilheteria ou grande audiência, e estavam lá pegando milhões da lei. Enquanto artistas que estão começando não tinham acesso à Lei Rouanet, tinham dificuldades de conseguir patrocinadores.
Para Terra, é difícil esses artistas em início de carreira competirem com nomes famosos na busca de incentivo. Com suas palavras, o ministro procurou explicar do que se tratava a Lei Rouanet aos ouvintes da Rádio Gaúcha.
– A empresa deixa de pagar imposto de renda para pagar shows. Na verdade, isso é dinheiro público, que poderia estar no caixa do governo sendo gasto em áreas sociais, que deixa de receber esse dinheiro. Pela lei, o governo deveria receber, mas tem uma lei (Rouanet) que faz essa concessão. Acho importante o Ministério da Cultura não ter muito recurso. Sempre foi um ministério com pouco orçamento – comentou.
O ministro prosseguiu:
– O que acontece: as empresas acabam dando dinheiro para quem tem mais prestígio. Quantos milhares de talentos sem nenhum tipo de patrocínio, sem possibilidade de aparecer para o grande público... Sem polemizar nada, vamos fazer uma auditoria e ver. Até, de repente, fazer uma cota.
Ouça a entrevista: