Escolhido para comandar o Ministério da Cidadania – que vai contemplar as funções das atuais pastas de Desenvolvimento Social, Cultura e Esporte – no governo de Jair Bolsonaro, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) defendeu a entrada de seu partido na gestão do presidente eleito. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quinta-feira (29), o parlamentar disse que, pessoalmente, acredita que o MDB "não tem como ficar fora disso".
— No segundo turno, a grande maioria do MDB aqui no Rio Grande do Sul e no Brasil apoiou o Bolsonaro, como tentativa de mudança na história que estava sendo feita na política brasileira. Eu acho que é possível (a mudança) pelo fato de ter colocado (o juiz Sergio) Moro, Paulo Guedes (em ministérios), como uma tentativa de fazer uma política decente — disse. — Acho que o MDB não tem como ficar fora disso — completou.
Terra já foi ministro do Desenvolvimento Social no governo de Michel Temer . Agora, segundo ele, a "missão" é "fazer a integração dentro do esforço do presidente (eleito) de enxugar a máquina e diminuir o número de ministérios".
— O meu ministério (no governo Temer) já era um ministério de outros juntos, que tinham sido suprimidos, integrados. O combate à fome, por exemplo, que virou Secretaria de Segurança Alimentar. A gente tem que pensar as políticas integradas, valorizar cada um, cultura, esporte, desenvolvimento social, desenvolvimento humano — disse.
Questionado sobre os programas sociais, o deputado afirmou que vai dar continuidade ao Bolsa Família, que deve ser integrado ao "Criança Feliz":
— Não é um valor muito grande (pago pelo Bolsa Família). Demos quase 20% de reajuste quando fui ministro e ficou em torno de R$ 200 a média por família. São 50 milhões de brasileiros (no programa), 25% da população — explicou. — A desigualdade a gente começa a enfrentar na barriga da mãe. Ajudando as famílias em situação de dificuldade.
Em relação à Lei Rouanet, que vem sendo alvo de críticas no país, Terra defendeu uma auditoria sobre os gastos. Durante a campanha eleitoral, o presidente eleito chegou a acusar profissionais de trocarem apoio político por dinheiro para financiar projetos culturais.
— Tem que que fazer o pente-fino para saber como foi gasto esses anos todos. Tem artistas famosos que nem precisavam (dos recursos), que só o nome deles já bastava. (A lei) É um incentivo à cultura, a empresa deixa de pagar imposto para pagar shows, isso é dinheiro público.