Na próxima terça-feira, às 19h, no Instituto Ling (Rua João Caetano, 440, Três Figueiras, Porto Alegre), o artista e fotógrafo Luiz Carlos Felizardo abre a mostra A Estranha Xícara, em que fotografias com colagens digitais e uma exibição de objetos pessoais remontam a parte de sua vida e trajetória. A curadoria é de Mônica Zielinsky.
São 18 fotografias, de 2011 a 2017, que dão conta de uma transformação na carreira de Felizardo, em que o artista explora tecnologias digitais para compor imagens com novas técnicas e possibilidades criativas. A mostra é composta também por 35 objetos, como brinquedos que o artista ganhou de presente e peças de seus antepassados.
Em razão de uma ataxia que lhe impôs sérias dificuldades motoras, Felizardo precisou deixar para trás o laboratório fotográfico tradicional, ambiente em que vivera por 40 anos. A partir de então, o artista buscou explorar novos suportes e técnicas para seu trabalho e, em 2011, começou a se dedicar às montagens de A Estranha Xícara. Para ele, a exposição é uma espécie de homenagem aos objetos de sua história pessoal: “Esses objetos conviveram comigo por muitos anos – alguns, pela vida inteira, e outros são bem mais velhos do que eu mesmo. De alguma forma, todos eles estiveram e estão presentes em tudo o que fiz e faço. Fotografá-los foi a maneira que encontrei de prestar-lhes uma homenagem, dando-lhes o uso que não têm quando estão limitados a espiar-nos”, escreve. Para o artista, o conjunto de imagens que resultou na exposição contém essa ideia.
Na avaliação da curadora, Felizardo revela aptidão para retrabalhar as próprias imagens e fazer uma instigante reconfiguração dos sentidos dos objetos ou lugares do passado, realizando uma generosa transformação que aponta novas realidades, composições e reconstruções: “O artista traz à luz diversas sutilezas de sua inegável memória afetiva de todos os tempos e, simultaneamente, ressonâncias que tangenciam um sutil veio de reverberação cultural. Entre os ágeis fluxos do passado ao presente ou do presente ao passado, esses trabalhos se fundamentam em distintos regimes de historicidade ao permitirem, também, pensar o futuro”, afirma no texto curatorial.
No dia do vernissage, o artista e a curadora farão uma conversa aberta ao público. O período de visitação à galeria do Instituto Ling será de 20 de novembro de 2018 a 23 de março de 2019, de segunda a sexta, das 10h30min às 22h, e aos sábados, das 10h30min às 20h, com entrada franca. Para agendamento de grupos e escolas, as solicitações podem ser feitas pelo e-mail educativo@institutoling.org.br ou pelo telefone (51) 3533-5700.