Fundado em 6 de agosto de 1818, o Museu Nacional foi assolado por um incêndio neste domingo (2) e continuará vivo nas memórias de visitantes e pesquisadores. Pensando nisso, leitores de GaúchaZH enviaram fotos, vídeos e depoimentos contando um pouco de seus momentos no espaço cultural. Veja:
Leonardo Gomes Pereira, de Porto Alegre
"Conheci o Museu Nacional em maio do ano passado. Havia alguns anos que queria ter estado lá. O lugar é grandioso desde o lado externo. A construção por si só já era imponente e rica em detalhes. A visita aos cômodos nos transportava ao período do Império e nos colocava frente a frente com o local onde viveram figuras ilustres como Dom João VI, Dom Pedro I e Dom Pedro II. Muito além do mobiliário do Palácio, o acervo contava com outros itens de valor incalculável não só para a identidade nacional como para o mundo. Entre eles, coleções da arqueologia brasileira e mundial, fósseis brasileiros, ossadas e cerâmicas indígenas e sarcófagos egípcios. O Brasil e o mundo perdem muito, e nós fomos os responsáveis por não repassarmos esse acervo às futuras gerações".
Susan e Valentina Herbstrith, de Porto Alegre
"No dia cinco de janeiro deste ano, estávamos em férias no Rio de Janeiro, eu e minha filha Valentina, de nove anos. Ela tem adoração por museus e insistiu especialmente em visitar este, por ser o palácio de Dom Pedro. Hoje, agradecemos a oportunidade de ter conhecido. Que perda".
Daniela Larini, gaúcha de Porto Alegre, morando em São José (SC)
"Em 2013, passamos dois dias na Quinta da Boa Vista com meu filho, na época com cinco anos. Emocionante ver os olhinhos dele brilhando diante de tanta descoberta. Sou grata por poder ter proporcionado estes dias de tanto conhecimento e cultura. Infelizmente, meu outro filho, hoje com quatro anos, vai somente olhar as fotos. Lamentável e muito triste. Anos de história queimados pelo descaso do nosso país".
Juliano do Amaral, de Porto Alegre
"Juntamente com minha família, fui ao Rio de Janeiro em outubro de 2017. Visitamos o Museu Nacional, um local que não poderíamos deixar de ir. Ao chegarmos no parque onde ele está situado, podemos ver as belas palmeiras centenárias e todo aquele verde. Ao se aproximar do prédio com sua arquitetura majestosa, fomos nos deparando com o descaso, como rachaduras, fiação aparente, falta de portas corta-fogo e ausência de funcionários orientando. Apesar destas falhas, a beleza das obras ali expostas eram magníficas. Ver a nossa história retratada nas mobílias, livros, documentos, pinturas e quadros traziam ali na minha frente tudo o que aprendemos sobre nossa historia em nossos livros. Ver o museu pegando fogo é muito triste, pois perdemos tudo. Com ele se vai a nossa identidade. Se isso não fosse o suficiente para nos deixar triste, vem a indignação, pois saber que se houvesse investimento em segurança, poderíamos ter perdas, mas não totalmente".
Janine Farias, de Porto Alegre
"Fomos ao Rio em 2014 com dois filhos adolescentes, Maurício e Gabriela. Quando visitamos o museu, eles ficaram espantados ao descobrir que Dom Pedro II nasceu naquele Palácio e que ali viveram os personagens dos livros de História. Essa experiência deu uma nova perspectiva para a vida deles e uma materialização daquilo que aprendiam na escola. Tanto que ficaram empolgados em ir a Petrópolis para conhecer também o Museu Imperial, o que também fizemos. O Museu Nacional já dava mostras de abandono, mas ainda sim era muito encantador e tinha muitas pessoas na fila. Era um sucesso. Um pedaço enorme da história do Brasil. Até as suas condições precárias davam um triste relato da nossa história, já que os republicanos leiloaram tudo o que tinha no Palácio a partir de 1889. O pouco que restou foi obra de particulares que salvaram algumas peças. Sobre tudo que vimos lá, o que mais me marcou foram as palavras da minha filha que disse que o que falavam na escola era uma lenda, e só visitando o museu ela sentia que tudo era verdadeiro. Estamos bastante tristes".