O primeiro contato se deu por meio do Facebook. Logo, a conversa evoluiu para o WhatsApp. Quando se deu conta, ele já tinha saído do Rio de Janeiro para passar uma temporada em Porto Alegre. Poderia ser apenas mais uma história de amor, mas se trata, na verdade, do início da parceria entre a Cia Municipal de Dança de Porto Alegre e o bailarino carioca Rafael Gomes, responsável pela coreografia do espetáculo Caverna, que estreia em apresentação única nesta quinta-feira (19), às 21h, no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº), e retorna no dia 11 de maio para o palco do Teatro Renascença, na programação do Palco Giratório.
— O Rafael ficou sabendo da companhia pelos vídeos no YouTube e nos procurou. O trabalho começou por essa identificação: o Rafael, um jovem coreógrafo começando uma trajetória como criador, apostando na mais jovem companhia pública do Brasil, e a gente apostando nesse início de carreira dele como coreógrafo — explica Airton Tomazzoni, diretor-geral da companhia.
Atualmente residindo em Bruxelas, onde atua na companhia As Palavras, do cearense Claudio Bernardo, Gomes já integrou a renomada Cia. de Dança Deborah Colker e a São Paulo Cia. de Dança. Foi durante suas férias que o coreógrafo veio à Capital para ensaiar durante 10 dias com os 13 bailarinos selecionados na primeira audição da companhia após sua oficialização, no fim do ano passado – advindos de linguagens como dança folclórica, dança urbana e jazz.
— Parte dos movimentos surgiu diretamente do corpo dos bailarinos, que se abriram ao máximo no processo. Cada dia surgiam surpresas novas no estúdio. Eles são muito artistas, cantam, dançam, interpretam... É impressionante a qualidade do grupo! — elogia Gomes.
Como o nome indica, o espetáculo busca transportar o público para a atmosfera das cavernas, primeiros espaços em que se encontrou abrigo das ameaças externas, nos primórdios da humanidade - no caso da montagem, refúgios revestidos de ametista, pedra conhecida por proteger contra as "energias negativas". Atualmente, buscamos abrigo dos aborrecimentos cotidianos principalmente na internet.
— Quando todo mundo se refugia num lugar, seja numa caverna ou na internet, tem todas as benesses do acolhimento, da oportunidade de se pensar nas próximas ações. Mas também se intensificam a convivência e as diferenças e, consequentemente, acirram-se todos os conflitos. O desafio é saber como lidar com tudo isso — pondera Tomazzoni.
CAVERNA
Quinta-feira (19), às 21h.
Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº).
Ingressos: R$ 10 (galeria), R$ 20 (camarote lateral), R$ 30 (camarote central) e R$ 40 (plateia). Venda antecipada na bilheteria do teatro ou pelo site teatrosaopedro.com.br. Informações: (51) 3227-5100 e (51) 3227-5300.
* Colaborou Jéssica Nakamura