Uma orquestra, um repertório que mescla obras do período contemporâneo e do período romântico, um maestro premiado conhecido também por suas composições e pesquisas e um solista que é trombone solo de diversas orquestras importantes no cenário musical brasileiro. Com esses ingredientes, a terceira edição do Quinta Sinfônica de 2015, que ocorre nesta quinta-feira às 20h30min no UCS Teatro (Bloco M da UCS), tem tudo para ser um espetáculo e tanto.
A orquestra em questão é a Orquestra Sinfônica da UCS. O maestro é o mineiro Ernani Aguiar, com formação no Brasil, Alemanha e Itália. Regente, compositor, professor e pesquisador, integra a Academia Brasileira de Música, tem composições gravadas em sete dezenas de CDs em sete países, musicou O Menino Maluquinho e tem larga pesquisa sobre a música colonial brasileira, diz, sobre o pouco conhecimento sobre esse gênero). Mas ele faz pouco caso de sua multiplicidade:
- É tudo música - resume Aguiar.
Apaixonado por suas pesquisas, o maestro lamenta o pouco conhecimento do público nacional sobre a música colonial do Brasil:
- Há um preconceito do brasileiro contra as coisas daqui, é impressionante.
Embora seja a primeira vez que rege em Caxias do Sul, ele tem uma certa ligação com a Orquestra Sinfônica da UCS. Foi o primeiro professor de regência do Maestro Manfredo Schmiedt, e é compositor da obra Sinfonietta Prima, uma das peças do CD gravado pela orquestra caxiense. Já em Porto Alegre esteve diversas vezes, e gravou lá cinco CDs, sendo quatro de música colonial brasileira - dois deles premiados com o Açorianos.
O solista Carlos Freitas, por sua vez, é conhecido por se dedicar à difusão do repertório contemporâneo para trombone - além de participar de várias orquestras, comanda o projeto Bone Brasil, voltado a divulgar o instrumento também como solista e camerista, e não apenas como de orquestra. Natural de São Paulo, é também professor de trombone e já atuou em uma orquestra chilena.
Uma curiosidade é que ambos têm certa ligação com os criadores do repertório desta noite. Enquanto o maestro foi aluno de César Guerra-Peixe, autor de Cinematográfica, o solista estudou com Paulo Zuben - que dedicou a ele O Vento do Sussuarão, outra das peças da noite em que Freitas faz solo.
- A estrutura de O Vento,,, é de música contemporânea, com o trombone atuando no fundo da orquestra, como solista. Já Gordon Jacob é mais tradicional, com o trombone na frente - explica Freitas, referindo-se a Concerto para Trombone e Orquestra, seu outro solo desta quinta-feira.
A apresentação se encerra com Sinfonia N 1 em dó menor, de Felix Mendelssohn-Bartholdy, que o maestro Aguiar ressalta ser "um gênio da sinfonia". O concerto é comemorativo aos 30 anos do curso de Ciência da Computação da UCS.
Os ingressos estão disponíveis na Livraria do Maneco (Rua Marechal Floriano, 879, Centro, ou na Cidade Universitária), ao preço de R$ 10 (estudantes e idosos pagam R$ 5).
Não perca!
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