"Hoje em dia, as coisas ficam obsoletas muito rápido", comentou Pylla Kroth, na terça-feira, em uma visita a redação do Diário que rendeu um bate-papo cheio de filosofia musical. Aos 34 anos de profissão, o músico que teve o prazer de "viver o mono, o estéreo, o analógico e o digital" anunciou que vai lançar, este ano, seu último CD.
Calma! Ele não vai abandonar a música. Só a plataforma:
- Daqui para frente ninguém vai lançar CD, acho que nem vai existir mais esse formato. Mas o pessoal mais velho ainda pede...
O disco não tem nome nem data para sair, mas o Magrão já está em estúdio há três meses, junto com o afilhado e produtor Léo Mayer, estudando a sonoridade da derradeira obra em compact disc.
E até essa pesquisa já deu frutos: no sábado, todos poderão curtir a record session de Já Era, a primeira música gravada para o novo trabalho.
O vídeo será disponibilizado no canal de Leonardo Mayer, no YouTube, às 20h de sábado.
- Foi uma música que eu e o Marquito compomos nos anos 80, que a gente havia lançado no disco Bruxos Rosa, há mais de 10 anos. Gravei para ver como está soando - diz Pylla.
Está soando bem atual. Com as participações especiais de Adriano Zuli (teclados) e Fernanda Junges (backing vocal), Já Era tem o vigor conhecido da guitarra e a batera da banda C14. Além disso, a intensidade de Pylla somada com o capricho de Mayer na produção de áudio, mixagem e masterização garante a qualidade do que se ouve.
Isso sem falar na letra, que critica a humanidade de uma forma geral e os governos, em particular, num refrão que chama para o confronto: "Ferro neles!"
- "Já era" é uma expressão muito usada há muito tempo. Como tudo, aliás. Toda a referência do moderno vem do passado, do cabelo comprido ao All Star. Para mim, tudo isso já era - diz Pylla.