The Hard Working Band celebra duas décadas com show nesta quinta-feira, às 22h, no Opinião, e disposição para mostrar por que foi um grande sucesso no final dos anos 1990, quando colocava plateias para dançar dentro e fora do Estado tocando releituras de clássicos do soul. No sábado, será a vez de Bento Gonçalves ver a banda, no Ferrovia Live. Um dos fundadores do grupo, o saxofonista, escritor e colunista do 2º Caderno Pedro Gonzaga conta como tudo começou:
Uma história é aquilo que o tempo transforma em memória a partir da matéria orgânica da vida. É por isso que toda a história tem esse aspecto fascinante de caminho percorrido enquanto se desenha a estrada, sem saber aonde ela vai chegar, para onde levará, pois aqui estamos reunidos, 20 anos depois do início da viagem, no lugar onde começamos, o bar Opinião, com a alegria de ainda estarmos tocando ao lado de amigos, eufóricos com as novidades.
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No início de nossa estrada está The Commitments (1991), de Alan Parker, filme que conta a formação de uma banda em Dublin, sendo, a um só tempo, sobre as dificuldades de tocar (mas também o outro sentido que as vidas ganham com a arte) e sobre o resgate de grandes clássicos da soul music. Não sei qual dos dois elementos eletrizou mais os idealizadores da The Hard Working Band, Eduardo Bisogno e Daniel Galant, mas, por um desses golpes do destino, os dois viram o filme ao mesmo tempo e começaram a recrutar pessoas dispostas a montar uma banda para celebrar os sucessos de James Brown, Aretha Franklin, Stevie Wonder, entre tantos outros.
Era 1995. Estreamos no Opinião, com o segundo lugar no Festivalda. Depois a carreira. O prêmio Açorianos em 1997, o primeiro disco em 1998, os mais de 600 shows pelo Estado e pelo país, outros dois discos, as épocas difíceis, as saídas para as carreiras solo, a entrada de novos integrantes, a mudança do cenário musical, as mudanças na vida de cada um de nós. E, apesar de tudo, a estrada ainda aberta, com gente que vem de longe, do Rio, como a Andréa Cavalheiro, que agora foi cantar por lá, ou ainda de mais longe, de Londres, como o soulman britânico Myles Sanko, pela primeira vez no Brasil.
Em vídeo exclusivo, o grupo interpreta "Forever Dreaming", com Myles Sanko:
The Hard Working Band: trabalhando duro desde 1995
- A banda gravou três álbuns: The Hard Working Band - Ao Vivo (1998, independente), no Salão de Atos da PUCRS; Todas as Salas do Mundo (2001, Som Livre); e Trabalhando Duro (independente, 2002), show registrado no Teatro Novo DC com a Orquestra da Ulbra.
- Em 1999, o grupo fez um de seus shows mais marcantes: diante de 70 mil torcedores no Beira-Rio, apresentou uma versão à capela do Hino Nacional antes de um amistoso entre Brasil e Argentina.
- Em 2000, apresentaram-se no Planeta Atlântida, para 40 mil pessoas, na mesma noite dos australianos do Men at Work.
- Entre 1997 e 2002, período em que os membros viveram exclusivamente da banda, a rotina era de oito a 10 shows por mês.
- A partir de 2002, os integrantes da banda começaram a se dedicar a outros projetos, diminuindo a escala de shows. Neste ano, os vocalistas Jonatas Prates e Nelson Ebelt saíram do grupo, e o cantor e multi-instrumentista Maurício Nader juntou-se ao grupo.
- A banda nunca parou, mas tem feito poucos shows nos últimos anos, principalmente em eventos corporativos.
- Entre idas e vindas, The Hard Working Band já contou com 12 integrantes sobre os palcos. Nos shows de 2015, são 11 músicos, sete deles da formação clássica dos anos 1990: Andréa Cavalheiro (vocal), Jonatas Prates (vocal), Daniel Galant (guitarra), Eduardo Bisogno (teclado), Iuri Freiberger (bateria), Carlos Mallmann (trombone), Pedro Gonzaga (saxofone). O time fica completo com Maurício Nader (vocal), Rodrigo Rheinheimer (baixo), Vitor Peixoto (teclado) e Renato Dall Ago (trompete).
Por onde andam as vozes da The Hard Working Band:
- Letícia Oliveira saiu do grupo em 2003. Em São Paulo, passou a trabalhar como cantora profissional, participando de jingles e atuando como backing vocal, além de investir em seu trabalho autoral.
- Andrea Cavalheiro jamais deixou o grupo, mesmo quando resolveu se mudar para o Rio, no ano passado. Na capital fluminense, canta em grupos de samba e deve lançar um single solo em março.
- Nelson Ebelt foi morar em São Paulo em 2005, onde trabalhou com publicidade e eventos, e retornou a Porto Alegre no ano passado.
- Jonatas Prates trabalha com produção musical e, mais tarde, dedicou-se também à carreira solo com o nome de Joe Black. Depois de oito anos em São Paulo, voltou para Porto Alegre em 2013.
- Maurício Nader, que entrou no grupo em 2002, trabalha em diversos projetos artísticos, tendo feito a direção musical do seriado Doce de Mãe, dirigido por Jorge Furtado. Continua na banda e vai participar dos shows.
Programe-se:
Show com The Hard Working Band e participação de Myles Sanko, integrando o projeto Eisenbahn Jazz'N'Blues.
Nesta quinta-feira, às 22h.
No Opinião (José do Patrocínio, 834), fone: (51) 3211-5668.
Ingressos a R$ 35 (lote promocional) e R$ 45 (1º lote).
O bilhete dá direito a uma cerveja Eisenbahn Pilsen Orgânica).
Pontos de venda: lojas Youcom (Bourbon Wallig, Praia de Belas, Bourbon Ipiranga e BarraShoppingSul), lojas Multisom (Andradas, 1.001, Canoas Shopping, Bourbon São Leopoldo e Bourbon Novo Hamburgo) e site minhaentrada.com.br/opiniao (há cobrança de taxas, exceto na Youcom do Bourbon Wallig).