Lendo A Morte do Pai, tocante e surpreendente autobiografia do escritor Karl Ove Knausgard, esbarrei em uma frase antológica em que o norueguês diz que "escrever é retirar da sombra a essência do que sabemos". Tentei encontrar alguma definição igualmente epifânica sobre a arte teatral, ofício que me mobiliza há quase quatro décadas. Sem a maestria do mestre original, rabisquei parágrafos "saramagoianos" longuíssimos, rebuscados e barrocos, sem objetividade ou clareza. Do nada, lembrei de Ferreira Gullar e sua afirmação de que "por ser a vida insuficiente, o homem inventou a arte". Como não consegui inventar minha frase original e definitiva, joguei a toalha.
Coluna
Luciano Alabarse: Haja arruda
O Rio Grande parece viver das glórias do seu passado de glórias e da mediocridade assustadora de seu presente endividado