Aos 58 anos, Samuel Rosa segue uma premissa: enquanto se está vivo, você precisa do novo. Durante mais de três décadas, ele foi o vocalista e guitarrista do Skank, acumulando hits atemporais e enchendo casas pelo país. A banda acabou em 2023, ao mesmo tempo em que ele recomeçava em sua carreira solo.
Recomeço? Talvez o músico mineiro só esteja dando uma continuidade natural ao seu trabalho. De qualquer maneira, ele volta a Porto Alegre com a Samuel Rosa Tour nesta sexta-feira (29). O show será realizado no Auditório Araújo Vianna, a partir das 21h (veja detalhes ao final do texto).
A banda que o acompanha é formada por Doca Rolim (guitarra), Alexandre Mourão (baixo), Marcelo Dai (bateria), Pedro Aristides (trombone), Vinícius Augusto (saxofone), Pedro Mota (trompete) e o gaúcho Pedro Pelotas (teclado). Aliás, projetado pela Cachorro Grande, o tecladista é descrito com entusiasmo pelo cantor:
— Estou descobrindo um cara cada vez mais gentil, humano e sensível, melhor do que a encomenda. Me surpreendo muito também com o aspecto musical, ele é talentosíssimo. Recorro sempre a ele no quesito opiniões. Temos uma afinidade de gosto musical enorme, e isso ajuda muito.
O repertório do show costuma contar com hits dos tempos de Skank, como Ainda Gosto Dela, Balada do Amor Inabalável, Saideira e Vou Deixar, além de covers como Não Vou Ficar (Tim Maia), Tarde Vazia (Ira!) e Sinceramente (Cachorro Grande). Mas também traz canções de Rosa, seu primeiro disco solo.
Lançado em junho, o álbum tem 10 faixas que exploram aquilo que ele já trabalhava com sua ex-banda — como reggae (Me Dê Você), pop rock (Rio Dentro do Mar) e bossa pop (Segue o Jogo). Samuel assegura que o álbum não é fechado a nenhum estilo musical, descrevendo-o como um trabalho híbrido. A principal inspiração, como o músico acrescenta, estava nele mesmo.
— Sem querer ser muito pretensioso, até porque só posso ir até onde meu tamanho me permite, eu fui a principal referência do trabalho. — explica o cantor. — Não houve nada premeditado, querendo soar assim ou assado. Não busquei uma linha de condução estética para esse disco, apenas fiz o que vinha na hora. Me tranquei num quarto, fui compondo, papel e caneta e violão, deixando correr o que viesse. Rosa é um disco muito fluido.
Recomeço ou continuidade?
Samuel frisa que o álbum representa seu recomeço, em que ele assume a frente de todas as decisões, e seu atual momento, em que busca novas experiências. Só que também é um disco envolvido pela "esperança e renovação", como o cantor ressalta.
Isso porque a terceira filha do cantor chegou em março. Ava é fruto de seu casamento com Laura Sarkovas, 31. Samuel já era pai de Juliano, 26, e Ana, 22.
— Foi uma dose cavalar de ânimo, de acreditar na vida de novo, apesar de tudo que o mundo faz pra gente não acreditar na humanidade (risos). É um baita recomeço ou até mesmo uma continuação, pois nunca deixei de ser pai — avalia.
Sobre ser pai depois dos 50, Samuel reflete que, se pensasse há 20 anos que teria uma filha agora, não seria algo vislumbrado dentro de seu roteiro. Ava foi desejada e planejada, só que, como ele pontua, foge um pouco daquilo que se espera quando se tem uma visão mais conservadora da vida.
— A sociedade convencional pressupõe que você vai estar feliz e satisfeito se conseguir aos 40 ter família, filhos, emprego consolidado. Depois, é só seguir o jogo, mas a gente sabe que não é bem assim. Também vi o espanto de muita gente quando eu dizia que não seguiria no Skank. A mudança traz vontade de viver, traz entusiasmo e envolvimento — diz Samuel.
Para 2025, o cantor planeja lançar uma versão ao vivo de Rosa, gravada em estúdio. Seu plano também é seguir viajando pelo Brasil e tocando faixas do álbum.
— Tenho vários arroubos de juventude, de recomeço de carreira, mesmo não sendo mais novato. Me sinto vivo, muito vivo. Acho que ainda tem muita coisa para acontecer — finaliza.
Samuel Rosa
- Nesta sexta-feira (29), às 21h, no Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685), em Porto Alegre.
- Ingressos: a partir de R$ 125 (solidário, mediante doação de 1kg de alimento não perecível).
- Pontos de venda sem taxa: Loja Planeta Surf Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2.611), das 10h às 22h, somente em dinheiro; e bilheteria do Araújo Vianna, somente no dia do evento, duas horas antes do show. Ponto de venda com taxa: pela plataforma Sympla.
- Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante e acompanhante.
- Classificação etária: 16 anos.